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Obama cumprimenta o público do púlpito de onde fez seu discurso em homenagem a Nelson Mandela | Reuters/Kevin Lamarque
Obama cumprimenta o público do púlpito de onde fez seu discurso em homenagem a Nelson Mandela| Foto: Reuters/Kevin Lamarque

Obama e Raúl Castro trocam aperto de mãos

Líderes de países que são rivais há mais de 50 anos, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, deram uma trégua em sua animosidade durante a cerimônia e deram um aperto de mãos, em gesto considerado histórico.

Leia a matéria completa.

  • Close da TV sul-africana mostra o aperto de mão de Obama e Raul Castro
  • Em gesto sem precedentes, Obama e Raul Castro apertam as mãos durante homenagem a Nelson Mandela

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu discurso na cerimônia religiosa em homenagem a Nelson Mandela, nesta terça-feira (10), agradeceu ao povo da África do Sul por ter "compartilhado" o líder com o mundo.

"Mandela é o último libertador do século XX", disse Obama pouco após ser recebido com uma grande ovação no FNB Stadium, no bairro de Soweto (Johanesburgo), onde está sendo realizado o ato.

Obama disse as palavras diante de milhares de sul-africanos reunidos para a cerimônia religiosa oficial em memória de Mandela no estádio FNB de Soweto, onde encontrou pela primeira vez o presidente de Cuba, Raúl Castro, que cumprimentou antes de fazer seu discurso.

"Ao povo da África do Sul, o mundo agradece por compartilhar Nelson Mandela conosco. A luta dele foi a luta de vocês. Seu triunfo foi o de vocês", sentenciou.

"Mandela nos ensinou que tudo parece impossível... até que seja feito. (...) A África do Sul nos ensinou que podemos escolher um mundo onde não haja conflito, mas justiça e paz", ressaltou.

O presidente dos Estados Unidos criticou que, na contramão do legado de Mandela, ainda haja crianças passando fome, escolas fechadas, pessoas perseguidas por seus ideais políticos no mundo: "Isso está acontecendo hoje", observou.

Obama estimulou, no entanto, as pessoas a não permitirem que esse lento progresso "encubra o fato de que nosso trabalho não está feito".

Pediu, neste sentido, para abraçar o legado de luta pela igualdade e pela liberdade de Mandela de forma autêntica por parte dos líderes que, apesar de elogiá-lo, não o defendem em seus países.

"Mandela entendeu os laços que unem o espírito humano", elogiou, e mencionou a palavra que na África do Sul resume esse sentimento: "ubuntu".

Obama reconheceu que Mandela o encoraja sempre a querer ser "um homem melhor" e estimulou todos a buscarem a "força" de Mandela e sua "grandeza de espírito" dentro de si.

"Quando a noite estiver mais escura, pensemos em Madiba", e citou em seguida uma das célebres frases do ícone da luta contra o apartheid: 'Sou o dono do meu destino, sou o capitão da minha alma".

"Sentiremos profundamente sua falta. Que Deus abençoe a alma de Nelson Mandela, que Deus abençoe a África", concluiu.

Uma centena de chefes de Estado e de governo participaram hoje no ofício religioso por Mandela, que morreu na quinta-feira passada.

Além de ficar no antigo gueto negro de Soweto, onde Mandela viveu durante anos, o estádio foi palco em 1990 de um dos primeiros discursos pronunciados após sair da prisão pelo que foi o preso político mais famoso do mundo.

Cerca de 100 telões transmitiram a cerimônia em espaços públicos de todo o país e em outros três estádios de Johanesburgo.

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