Orações de vários credos cumprem desejo de Mandela
A cerimônia religiosa começou com uma oração de diversos credos, como expressou por escrito em seus últimos desejos o ex-presidente da África do Sul.
O púlpito de oração foi ocupado sucessivamente por representantes das religiões judaica, hindu, muçulmana e cristã. As milhares de pessoas presentes no estádio escutaram respeitosamente as orações.
Depois, foi entoada uma prece pela alma de Mandela, que ao seu fim foi respondida com um cântico e palmas pelo público, em um momento de forte emoção.
Obama e Raúl Castro trocam aperto de mãos
Líderes de países que são rivais há mais de 50 anos, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, deram uma trégua em sua animosidade durante a cerimônia e deram um aperto de mãos, em gesto considerado histórico.
A cerimônia religiosa oficial em memória de Nelson Mandela nesta terça-feira (10) durou cerca de quatro horas no FNB Stadium (antigo Soccer City), no bairro de Soweto, na cidade de Johanesburgo. Milhares de pessoas cantaram e dançaram em honra ao ex-presidente sul-africano.
A cerimônia, que foi acompanhada por uma centena de chefes de Estado e de Governo, começou com a execução do hino nacional da África do Sul cantado pelo gigantesco coro popular das arquibancadas, que não ficaram lotadas devido à intensa chuva que caía na cidade desde à noite de segunda-feira (9), além da falta de transporte público e da distância do estádio.
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O ato começou com uma hora de atraso pela lenta chegada dos líderes, alguns dos quais receberam uma grande vaia, como o próprio presidente da África do Sul, Jacob Zuma, hostilizado em todos os momentos em que aparecia nos telões do estádio.
O público resistiu ao aguaceiro na zona coberta da arquibancada cantando incessantemente em homenagem a Mandela mas também arriscou passos de danças na parte descoberta do estádio.
A introdução do ato foi feita por Cyril Ramaphosa, destacado membro do Congresso Nacional Africano (CNA) e ex-companheiro de luta de Mandela, a quem lembrou como seu "mentor e mestre".
Após uma oração ecumênica, começaram os tributos iniciais, realizados por amigos próximos do ex-presidente. Em seguida, seus netos farão discursos em homenagem a Madiba (nome pelo qual Mandela é popularmente conhecido na África do Sul).
Em seu discurso, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que Mandela "foi mais que um grande líder de seu país. Foi uma das grandes lições da história".
Já o presidente norte-americano, Barack Obama, foi ovacionado pelo público antes de fazer o seu pronunciamento. O mandatário dos Estados Unidos destacou Mandela como "um gigante da justiça" e agradeceu aos sul-africanos por terem compartilhado o líder com o mundo.
Em sua fala ao público sul-africano, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, destacou Mandela como uma personalidade maior do século XX.
"Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano na história contemporânea, o fim do apartheid na África do Sul", declarou Dilma, em discurso de cerca de dez minutos.
Viúva de Mandela chega emocionada para cerimônia
A viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, chegou visivelmente emocionada ao FNB Stadium.
Machel surgiu ao lado de um grupo de mulheres, todas vestidas de negro, pouco antes do início da cerimônia religiosa.
Um grupo de guarda-costas escoltou a viúva de Mandela e as mulheres que a acompanhavam até o elevador no qual subiram no estádio.
"É uma árvore gigante que espalhou mil folhas brilhantes", diz neto sobre Mandela
Andile Mandela, neto do ex-presidente sul-africano, comparou seu avô a uma "árvore gigante" que caiu "espalhando mil folhas brilhantes", e pediu aos cidadãos para seguir seus passos.
Segundo ele, Madiba é "um espelho que reflete a glória e o esplendor da mente e o coração".
O neto pronunciou essas palavras durante o discurso de vários familiares de Mandela, que foi fortemente aplaudida pelas dezenas de milhares de pessoas que assistem à cerimônia.
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