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O papa Bento XVI, que amanhã (28) renuncia ao cargo, irá se refugiar, a partir das 17h local (13h, Brasília), em Castel Gandolfo, sua nova residência durante os próximos dois meses.

Castel Gandolfo, uma cidade que fica a 30 quilômetros ao sul de Roma, deve seu nome à família Gandolfi, que estabeleceu seus domínios nessa zona no século XII.

Os Gandolfi mandaram construir o castelo, que no século XIII passou à família Savelli, que venderam a residência à câmara Pontifícia em 1596.

Propriedade dos papas desde então, sobre o local foi construído um palácio utilizado mais tarde como residência de verão pontifícia.

O papa Urbano VIII ordenou ao restaurador da Basílica de São Pedro, o arquiteto Carlos Maderna, a edificação do palácio, que foi feita entre 1624 e 1629.

Depois, a residência foi sendo ampliada sob os papados de Alejandro VII, Clemente XIII e Alejandro VII, que encarregou Bernini da construção da igreja dedicada a Santo Tomás de Villanueva.

Hoje, o palácio e os jardins ocupam 55 hectares de terreno, um território maior que o Vaticano.

Nas três vilas que formam o complexo (o palácio papal, a vila Barberini e outra destinada à administração), trabalham 55 pessoas, muitas das quais vivem no recinto com suas famílias.

Além disso, o complexo de Castel Gandolfo contém também o velho Observatório Vaticano.

Durante parte do século XIX, esta residência papal permaneceu praticamente abandonada pelos vicissitudes políticas vividas na península itálica.

Após a assinatura dos acordos de Latrão de 1929, que reconhecia a soberania da Santa Sé sobre o território vaticano e o palácio de Castel Gandolfo, Pio XI ordenou a restauração completa da residência e de seus jardins.

Descanso

De novo, o palácio recuperou em 1934 seu caráter de estadia de descanso do papa.

Posteriormente, Pio XII suspendeu suas férias durante a Segunda Guerra Mundial e não voltou até 1947.

Curiosamente, em Castel Gandolfo, Clemente XIII assinou a condenação de um livro de Rousseau e Clemente XIV decidiu a supressão da Ordem de Santo Inácio, em 1773.

Além disso, ali faleceram dois pontífices, Pio XII, em 1858, e Paulo VI, que morreu no domingo de 6 de agosto de 1978, durante a temporada de descanso de verão.

Desde que Urbano VIII (1623-1644) inaugurou a vila em 1626, Castel Gandolfo foi a residência de verão dos seguintes papas: Alejandro VII (1655-1667), Clemente XI (1700-1721), Benedicto XIV (1740-1758), Clemente XIII (1740-1758), Clemente XIV (1758-1774), Pio VII (1800-1823), Gregorio XVI (1831-1846), Pio IX (1846-1878), Pio XI (1922-1939), Pio XII (1939-1958), João XXIII (1959-1963), Paulo VI (1963-1978), João Paulo II e Bento XVI.

O papa Bento residirá ali até a finalização da reestruturação do mosteiro do Vaticano, seu lar definitivo.

Este é um mosteiro de freiras chamado "Mater Ecclesiae", onde as freiras que acompanharão o papa o resto de sua vida cultivam frutas e verduras ecológicas.

O recinto está situado dentro dos jardins do Vaticano e rodeado de limoeiros. Atualmente está sendo restaurado. Este convento foi construído em 1992 por Paulo VI e conta com quatro andares.

Entre o segundo e terceiro andar há 12 celas monásticas e na parte baixa, estão o refeitório, a cozinha e a enfermaria.

A parte de nova construção, de 450 metros, abriga a capela, o coro e uma biblioteca.

O edifício conta com uma decorações muito sóbria, na qual apenas ressaltam alguns vitrais artísticos com temas sacros.

O papa se transferirá ao mosteiro depois que seu sucessor for eleito.

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