O governo chinês felicitou nesta quinta-feira (14) o argentino Jorge Mario Bergoglio por sua eleição como o novo papa e expressou o desejo de que, sob o pontificado de Francisco, o Vaticano - com quem a China não tem relações diplomáticas desde 1951 - "elimine os obstáculos" para uma aproximação.
"Esperamos que sob a liderança do novo papa o Vaticano possa aproximar-se da China e criar as condições para a melhora das relações bilaterais", assinalou em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A Santa Sé "deve reconhecer o Governo chinês como tal e que Taiwan é uma parte inalienável da China", reiterou Hua, pois atualmente o Vaticano é o único país na Europa que reconhece a ilha como um Estado.
Hua também insistiu que a Santa Sé "não deve interferir nos assuntos internos da China", em alusão à nomeação de bispos, pois o regime comunista controla a Igreja Católica do país e supervisiona a ordenação dos prelados.
Sob essas condições, "o Governo chinês deseja sinceramente melhorar as relações com o Vaticano", ressaltou a porta-voz, que insistiu que o novo papa deve "eliminar obstáculos", "adotar atitudes práticas" e "ser flexível".
Já Antonio Liu Bainian, presidente de honra da Igreja Patriótica Católica (subordinada ao regime comunista e que não reconhece a autoridade direta do papa), demonstrou satisfação pela nomeação de Bergoglio e transmitiu suas felicitações.
"Rezemos pelo novo papa, que Deus abençoe sua inteligência e sabedoria, e que prospere cada vez mais sua virtude", destacou à Agência Efe o também ex-porta-voz da igreja oficial chinesa, que, embora seja desvinculada do Vaticano, reconhece a influência do pontífice na Igreja mundial.
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