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O novo papa deve ser mais jovem e com vocação missionária. Essa é a aposta e o manifesto desejo do arcebispo metropolitano, dom Moacyr José Vitti, que falou aos jornalistas em coletiva realizada nesta terça-feira (12) pela manhã na Arquidiocese de Curitiba, na mesma sala em que esteve o papa João Paulo II na década de 1980.

"Não acredito que o novo papa será um conservador, mas será alguém que saiba enxergar os problemas atuais da igreja", comentou. O arcebispo afirmou que a renúncia de Bento XVI pegou a todos de surpresa por ser a primeira ocorrida em 600 anos, ainda que reconheça o visível desgaste físico do papa nos últimos anos.

"Ele chegou a um momento em que já não havia mais condições de continuar por causa de sua saúde. Mas, em um mundo cada vez mais apegado ao poder, como observamos em nossos políticos, o gesto do papa é um gesto muito bonito", elogiou.

"A grande questão agora é saber quem será o novo papa", questionou o arcebispo, e sugeriu que um papa brasileiro não está fora de cogitação. "Durante muitos anos o papa foi escolhido dentro da Europa. Agora a Igreja Católica está em um momento missionário, em que ela deve fazer uma evangelização, e acho que seria muito importante ter um papa brasileiro, latino-americano, asiático ou africano para esse fim".

Ainda sobre a renúncia, Vitti concordou que as opiniões foram divididas no Vaticano. "Alguns teólogos acreditam que só pode haver um papa, e que o cargo é vitalício", declarou. O arcebispo disse ainda, sobre o destino do ex-papa, que a julgar pelo perfil de Joseph Ratzinger, ele terá uma vida monástica. "Ele tem um amor muito grande pela vida contemplativa, até por isso ele assumiu o nome Bento, por causa do grande monge que foi São Bento [fundador da Ordem dos Beneditinos]. Acredito que ele vá para um mosteiro viver seus últimos dias de vida na contemplação, no silêncio e na paz".

Jornada Mundial da Juventude

Também presente na coletiva, o padre Alex Cordeiro, assessor eclesiástico do Setor Juventude, afirmou ainda que os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude, evento nacional que receberia a visita de Bento XVI em julho deste ano, não serão interrompidos. Cordeiro disse ainda que espera a confirmação do novo Papa que deve ser escolhido pelo conclave nos próximos meses. "Tivemos uma situação similar na última jornada, quando o papa João Paulo II veio a falecer depois de ter confirmado sua participação. O papa Bento XVI foi escolhido e veio para o Brasil em seu lugar", lembrou.

Dom Moacyr José Vitti reiterou ainda que a vinda do novo papa para o evento pode ser um grande estímulo aos peregrinos que se preparam para a festa católica. "Todos vão querer vir para cá conhecê-lo e saber um pouco mais de sua mensagem aqui no Brasil", aposta.

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