Cientistas que investigam a presença do vírus Ebola em morcegos identificaram no animal 16 outros vírus similares que podem infectar humanos e potencialmente causar surtos de escala similar à atual crise na África Ocidental, disse um especialista em segurança de saúde nesta sexta-feira.
Humanos podem contrair o Ebola a partir de morcegos, que são hospedeiros do vírus, assim como de outros animais. O professor Nigel Lightfoot disse que novos vírus foram identificados pelos cientistas do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas da África do Sul.
"Eles me contaram que descobriram 16 outros (vírus) que estão prestes a se espalhar em humanos e causar a próxima (epidemia)", disse ele numa conferência em Londres sobre o combate a doenças altamente infecciosas.
"Então você não deveria estar dizendo 'se' houver uma próxima. A mensagem é quando será a próxima ameaça à saúde pública após o Ebola", afirmou ele.
Mais de 8.600 pessoas morreram na epidemia de Ebola desde que começou na Guiné no ano passado, levando o total de casos registrados em nove países a mais de 21.700.
Lightfoot disse que o Banco Mundial vai em breve anunciar milhões de dólares em investimentos de infraestrutura nos três país mais afetados pelo Ebola na África Ocidental: Guiné, Serra Leoa e Libéria.
A crise atingiu particularmente com mais força Libéria e Serra Leoa por causa das guerras civis recentes, que deixaram os serviços de saúde desses países em frangalhos, disseram convidados da conferência, organizada pelo Royal United Services Institute, um centro de pesquisas britânico.
Os conflitos também ocasionaram a fuga de profissionais qualificados, com muitos médicos fugindo para trabalhar em outros países.
Lightfoot afirmou ser imprescindível que especialistas em prevenção de doenças trabalhem junto a pessoas no terreno para construir sistemas rápidos e inteligentes de monitoramento.
Além de morcegos, seres humanos podem contrair Ebola também a partir de animais como macacos que tenham tido contato com morcegos infectados. O perigo está no contato com o sangue infectado durante o abate e preparação desses animais.
Mas Lightfoot disse ser inútil dizer às pessoas que parem de comer macacos, por sua vez uma valiosa fonte de proteína que tem sido consumida há milhares de anos.
"Falando com o primeiro-ministro da Guiné, ele disse 'não diga ao meu povo para não comer macacos porque não dá certo... Eu tentei dizer que não se deve comer carne de caça, morcegos e macacos. Não funciona e as pessoas continuam a comer'."
Ele disse à Thomson Reuters Foundation que não havia indicações de quão perigosos são os 16 novos vírus identificados.
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