Hoje em dia, o vírus do ebola só se propaga através do contato direto com fluidos corporais, como o sangue e o vômito. Mas alguns dos principais especialistas em doenças infecciosas nos Estados Unidos estão preocupados que o vírus mortal possa mutar e passar a ser transmitido pela tosse ou pelo espirro.
"Não posso imaginar nada na minha carreira que possa ser mais devastador para o mundo que um vírus do ebola transmissível por via respiratória", afirmou o médico Michael Osterholm, diretor do Centro de Investigação de Infermidades Infecciosas da Universidade de Minnesota.
Osterholm e outros especialistas dizem que são relativamente pequenas as possibilidades de que o ebola faça a transação para que possa ser transmitido pela tosse ou pelo espirro. Mas a medida em que o vírus se propaga, advertiram, a probabilidade aumenta.
Cada vez que outra pessoa se infecta pelo ebola, o vírus tem outra oportunidade de mutar e desenvolver novas capacidades. Osterholm o chama de "roleta genética".
Até sexta (12), foram registrado 4.784 casos de ebola, com 2.400 mortes, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), que disse que o vírus está se propagando em um ritmo muito mais rápido do que acontecia no início do surto.
O ebola é um vírus que cada vez que se repete, tem uma ou duas mutações. Muitas delas não significam nada, mas algumas poderiam ser capazes de mudar a forma em que o vírus se comporta no interior do corpo humano.
"Imaginem que a cada vez que se reproduz um teste, se mudam uma ou duas palavras. Finalmente, o significado do teste também vai mudar", disse o médico CJ Peters.
O médico James Le Duc, diretor do Laboratório Nacional de Galveston na Universidade do Texas disse que o problema é que ninguém mantém o controle das mutações que ocorrem na África Ocidental e que ninguém sabe realmente no que se transformou o vírus.
Um grupo de investigadores analisou como o ebola mudou em um curto período de tempo em uma só cidade em Serra Leoa, desde o início do surto, antes que se propagasse tão rápido como agora. Encontraram mais de 300 câmbios genéticos no vírus.
"É assustador ver o quanto mutou esse vírus em somente três semanas", disse o médico Pardis Sabeti, professor associado na Universidade de Harvard.
Mesmo sem a mutação, foi feito um grande esforço para deter o vírus.
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