Agências de inteligência dos Estados Unidos e do Reino Unido conseguiram decifrar parte da criptografia de centenas de milhões de pessoas que protegem a privacidade de seus dados pessoais na internet, em transações on-line, serviços bancários, registros médicos e e-mails, de acordo com documentos revelados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden aos jornais "New York Times" e "Guardian".
Novos dados divulgados nesta quinta-feira (5) mostram que a Agência de Segurança Nacional (NSA, em sua sigla em inglês) e sua equivalente no Reino Unido adotaram métodos como uso de supercomputadores e ordens judiciais para minar as principais ferramentas que protegem a privacidade das comunicações cotidianas.
O objetivo é um ataque sistemático e contínuo no que eles consideram como uma das maiores ameaças à capacidade de acessar enormes faixas de tráfego de internet - "o uso de criptografia onipresente".
De acordo com a reportagem do "The New York Times", a NSA tem corrompido parte da proteção digital do comércio global e dos sistemas bancários, além de proteções automáticas de e-mails, pesquisas na web, chats na internet e chamadas de telefone de americanos e outros ao redor do mundo.
"Muitos usuários acreditam - e assim os fazem crer as empresas de tecnologia - que seus dados estão a salvo de olhares indiscretos, incluindo os do governo, e a NSA quer manter essa crença", afirma o texto do jornal.
A reportagem também diz que os esforços da agência nesse sentido começaram em 2000, quando bilhões de dólares foram investidos em empresas que realizam escutas clandestinas. Os documentos vazados por Snowden não deixam claro as empresas que receberam esse investimento.
A agência trata seus recentes sucessos em decifrar informações protegidas como entre seus mais bem guardados segredos, diz o "New York Times".
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