A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou mais uma vez nesta quarta-feira (18), por meio de sua revista oficial, o atentado ao avião russo que foi derrubado no deserto do Sinai no mês passado.
A publicação inclui a fotografia do explosivo supostamente utilizado no ataque.
A justificativa para o ataque aparece na introdução do número 12 da revista, chamada “Dabiq”. O EI relaciona a queda do avião russo às intervenções da Rússia na Síria.
“Uma bomba foi contrabandeada para dentro do avião, levando à morte de 219 russos e outros cinco cruzados, apenas um mês depois da decisão inconsciente [de atacar a organização terrorista]”, segundo o texto.
A revista “Dabiq” circula desde o ano passado, quando o Estado Islâmico declarou seu califado em um território que inclui partes da Síria e do Iraque. A publicação, de produção sofisticada, tem edição em inglês -- facilmente encontrada na internet.
O explosivo que aparece na terceira página da revista parece ter sido escondido em uma latinha de alumínio dourada de Schweppes Gold, como a de um refrigerante.
Não foi possível averiguar a veracidade da informação, nem a possibilidade de um explosivo escondido nesse tipo de recipiente realmente derrubar uma aeronave.
Publicação
O Estado Islâmico frequentemente utiliza a revista “Dabiq” para publicar informações sobre suas ações terroristas. Foi ali, por exemplo, que essa organização justificou teologicamente a decisão de queimar vivo um piloto jordaniano, em janeiro.
A revista tem uma diagramação profissional, ao contrário do que era feito na “Inspire”, a publicação da Al Qaeda. O conteúdo é redigido a partir de uma série de conceitos específicos do islã radical, e dialoga com um público que está familiarizado com essa terminologia.
Costuma haver, nas páginas de “Dabiq”, uma série de justificativas religiosas para as ações do Estado Islâmico, cuidadosamente costuradas com tradições do islã. Há, além disso, páginas com notícias sobre os seus inimigos.
A edição número 12 inclui, ainda, uma entrevista com um radical na Somália chamado Abu Muharib, que critica as forças dos “cruzados” na região. Os termos relacionados às batalhas medievais entre cristãos e muçulmanos são recorrentes na revista.