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Califado

Estado Islâmico matou quase 1,5 mil sírios desde o final de junho

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) executou quase 1,5 mil pessoas na Síria desde que proclamou o início de seu "califado" há cinco meses, anunciou no domingo (16) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização que monitora o conflito no país.

"Documentamos a execução de 1.429 pessoas desde que o EI anunciou seu 'califado' em junho", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor da ONG, que tem uma ampla rede de fontes em todo o território sírio. Das pessoas decapitadas ou vítimas de fuzilamentos em grupo, 879 eram civis, sendo 700 pertencentes aos Shaitat, tribo originária da província de Deir Ezzor, sunita assim como o EI, que se rebelou contra este grupo em meados de 2014.

Outras 63 vítimas pertenciam a outros grupos rebeldes ou aos rivais diretos do EI na Síria, como os extremistas da Frente Al-Nusra que lutam contra o grupo extremista nas regiões Norte e Leste do país, informou Rahman. Além disso, 483 eram soldados do regime de Bashar al-Assad e quatro integrantes do próprio EI acusados de corrupção e outros supostos crimes.

O grupo Estado Islâmico executou muitos integrantes das tropas leais a Damasco com atos de decapitação. Os corpos foram exibidos em locais públicos para "espalhar o terror entre os civis e naqueles que ousam combater os jihadistas", afirmou Abdel Rahman.

O grupo, que era vinculado à Al-Qaeda na Síria, conseguiu assumir o controle de amplas faixas de territórios na Síria e no Iraque. Caracterizado pela brutalidade de seus métodos, que vão de estupros e sequestros a assassinatos em massa e limpeza étnica, o EI foi acusado pela ONU de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Os ativistas sírios acreditam que atualmente o EI mantém centenas de pessoas como reféns.

Segundo o OSDH, 1.153 pessoas foram mortas só nos arredores da cidade de curda de Kobani, que fica próxima à fronteira com a Turquia. O local tem sido cenário de violentos confrontos há quase dois meses.

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