Estudantes de Québec e o governo da província canadense voltaram à mesa de negociações nesta segunda-feira em uma tentativa de alto nível para colocar um fim à disputa de meses a respeito do aumento das mensalidades universitárias. Na semana passada, milhares de estudantes tomaram as ruas de Québec e Montreal e ocorreram detenções e atos de vandalismo, às vésperas do começo da temporada de turismo na província canadense.
Leo Bureau-Blouin, líder estudantil, disse no domingo que as conversas de hoje representam a "última chance" para o governo colocar um fim ao conflito. Os estudantes pediram um congelamento nas mensalidades. O governo da província de Québec descartou essa possibilidade. A última rodada de negociações durou 24 horas e terminou em impasse. A oferta do governo foi rechaçada.
A província, cujos habitantes falam francês e são de cultura francófona, tem uma média de mensalidade de US$ 2.519 por ano - a mais baixa do Canadá e a proposta de aumento, de US$ 254 por ano durante sete anos - vai de encontro aos padrões dos Estados Unidos. Mas os estudantes consideram os aumentos uma afronta à filosofia das reformas dos anos 1960, que concederam generosos subsídios à educação em Québec e tornaram a província um caso a parte mesmo dentro do Canadá.
Analistas dizem que os estudantes de Québec não comparam suas mensalidades com seus congêneres canadenses de língua inglesa ou mesmo com os dos EUA, e sim com os países europeus, onde a educação universitária é totalmente gratuita.
Mais de 2.500 estudantes foram detidos desde que os protestos começaram há 100 dias, incluídos 700 na quarta-feira passada. Em um esforço para restaurar a paz, o governo do primeiro-ministro da província, Jean Charest, aprovou uma lei de emergência em 18 de maio restringido os protestos e fechamentos os campi em greve até agosto. A lei exige que a polícia seja informada com oito horas de antecedência antes que um protesto comece.
As informações são da Associated Press.
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