Marte foi frio e úmido, dizem pesquisadores

Marte foi um planeta frio e úmido no passado e os minerais dissolvidos na água teriam impedido seu congelamento, apesar de temperaturas glaciais, avalia um estudo publicado quinta-feira.

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Chicago - Um bombardeio de asteroides do tamanho da Irlanda não bastou para eliminar a vida na Terra há 3,9 bilhões de anos. A descoberta, anunciada por cientistas da Universidade do Colorado/Boulder nesta semana, recua a origem da vida em 500 milhões de anos.

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Muitos pesquisadores defendiam a tese de que o impacto dos asteroides durante o período conhecido como "Bombardeio Pesado Tardio" teria derretido a crosta terrestre e vaporizado qualquer forma de vida existente. Mas novos modelos tridimensionais feitos por computador pela equipe da Universidade do Colorado/ Boulder mostram que grande parte da crosta terrestre, junto com os micróbios que a habitavam, teria sobrevivido e até prosperado nesse ambiente.

"Esses novos resultados recuam o possível começo da vida na Terra para bem antes do período do bombardeio há 3,9 bilhões de anos", disse Oleg Abramov, um dos autores do estudo publicado na revista Nature. "Isso abre a possibilidade de que a vida tenha emergido há até 4,4 bilhões de anos, mais ou menos na época em que os oceanos teriam se formado", acrescentou Abramov em nota.

Para estudar esse período, Abramov e seu colega Stephen Mojzsis usaram dados de rochas lunares, amostras de meteoritos e superfícies acidentadas em países vizinhos para desenvolver um modelo tridimensional da época do bombardeio.

Eles então simularam asteroides gigantes colidindo aleatoriamente com a Terra, e examinaram o impacto disso sobre a temperatura na chamada zona geofísica habitável, que compreende os quatro quilômetros superiores da crosta do planeta.

A conclusão, segundo Abramov, é de que o bombardeio de meteoritos teria matado qualquer forma de vida na superfície, mas não no planeta inteiro, como muitos presumiam. "Achamos que é essencialmente impossível esterilizar toda a zona habitável da Terra com este tipo de bombardeio", afirmou Abramov.

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Para o pesquisador, "certamente a superfície da Terra foi repetidamente esterilizada." Porém, de acordo com ele, escapes hidrotermais abaixo da superfície poderiam ter servido de abrigo para certos micróbios afeitos ao calor, e teriam até mesmo funcionado como incubadoras para a vida.

Até a divulgação do estudo da equipe da Universidade do Colorado, muitos cientistas entendiam que o bombardeio de meteoritos teria obrigado a vida na Terra a recomeçar do zero.

"Exatamente quando a vida se originou na Terra é um tópico acaloradamente debatido", disse Michael New, astrobiólogo da Nasa, entidade que patrocinou a pesquisa. "Essas descobertas são significativas porque indicam que a vida poderia ter começado bem antes do Bombardeio Pesado Tardio (...), entre 3,8 e 4,5 bilhões de anos atrás", afirmou New em nota.

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