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EUA admitem ligação entre envio de dinheiro ao Irã e libertação de reféns

No início do mês, Obama negou o pagamento de resgate e mencionou que o dinheiro enviado ao Irã se tratava da primeira parcela do rompimento do pacto militar | BRENDAN SMIALOWSKI/AFP
No início do mês, Obama negou o pagamento de resgate e mencionou que o dinheiro enviado ao Irã se tratava da primeira parcela do rompimento do pacto militar (Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP)

O Departamento de Estado americano informou nesta quinta-feira (18) que o pagamento de US$ 400 milhões (R$ 1,29 bilhão) ao Irã por um acordo nuclear foi usado para influenciar a libertação de quatro reféns americanos em janeiro.

O dinheiro foi enviado a Teerã no avião que trouxe os presos de volta. No início de agosto, o governo havia afirmado que era uma parcela da indenização por uma venda de armas cancelada após a Revolução Islâmica, em 1979.

O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse que a libertação dos reféns e a indenização pelo acordo eram negociados em separado, mas que o dinheiro só foi entregue com a soltura dos presos.

“Estávamos preocupados com o fato de que o Irã poderia rejeitar a libertação. Por isso, claro que buscamos segurar ao máximo [o acordo] até que os americanos fossem libertados. Era nossa prioridade máxima”, disse.

A declaração foi feita um dia depois que o jornal “The Wall Street Journal” informar que os diplomatas americanos não entregaram o dinheiro até que um avião da Força Aérea suíça levasse três dos cinco presos a Genebra.

A Suíça representa os interesses americanos em Teerã desde o rompimento das relações diplomáticas com o Irã, em 1979. Da cidade suíça, os americanos foram levados aos EUA e o dinheiro, enviado a Teerã.

A concomitância fez com que os republicanos e seu presidenciável, Donald Trump, acusassem o presidente Barack Obama de pagar como resgate, rompendo a tradição americana de não trocar reféns por dinheiro.

Em 4 de agosto, Obama negou o resgate e mencionou a versão de que era a primeira parcela da indenização ao Irã pelo rompimento do pacto militar. “Não houve nenhum acordo abominável”, disse na ocasião.

Oficialmente, os EUA se comprometeram a pagar US$ 1,7 bilhão (R$ 5,49 bilhões) pelo rompimento da venda de armas. O acordo foi fechado pelo xá Reza Pahlevi, que foi derrubado na Revolução Islâmica.

Críticas

Os quatro libertados eram o jornalista do “Washington Post” Jason Rezaian, preso em 2014 acusado de espionagem, o pastor Saeed Abedini, o ex-fuzileiro naval Amir Hekmati e o estudante Nosratollah Khosrawi.

Obama anunciou o acordo com o Irã em janeiro, no mesmo discurso em que comentou sobre a libertação dos reféns e sobre o início da implementação do acordo nuclear com a República Islâmica.

Os republicanos pediram mais detalhes sobre a transação. “Se o pagamento foi condicionado à libertação dos reféns é um resgate. O presidente deve uma explicação aos americanos”, disse o senador Ben Sasse.

Na semana passada, a Comissão de Serviços Financeiros da Câmara pediu ao Departamento do Tesouro todas as informações em relação ao pagamento ao Irã e o nome dos funcionários que o autorizaram.

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