O governo dos Estados Unidos emitiu novas diretrizes antiterrorismo para permitir que grupos de ajuda humanitária consigam levar suprimentos às famílias que vivem nas regiões controladas por militantes do grupo Al-Shabab, ligado à Al-Qaeda.
Os EUA incluíram o grupo na lista oficial de organizações consideradas "terroristas", designação que proíbe qualquer tipo de apoio norte-americano - inclusive material - aos militantes que dominam grande parte do território somali.
A medida complicava os esforços humanitários no país, que vive uma crise de fome que atinge cerca de 3,7 milhões de pessoas. Agora, autoridades garantem que agências humanitárias não serão penalizadas por distribuírem alimentos na região. A Casa Branca, porém, não deu detalhes sobre as novas mudanças que promoveu na lei antiterror.
Também nesta terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas agências humanitárias advertiram que a fome na Somália vai piorar em extensão e gravidade se a comunidade internacional não fornecer mais ajuda ao país africano. Segundo o grupo humanitário Oxfam, a crise na Somália "está saindo de controle" e as doações não têm alcançado o nível necessário para fazer frente à situação.
Já de acordo com a Agência de Coordenação Humanitária da ONU, conhecida pelas iniciais Ocha, a fome se espalhará para mais cinco ou seis regiões da Somália se não houver um aumento considerável das doações. A ONU pede mais US$ 1,4 bilhão para o combate à fome. Atualmente, duas regiões somalis são consideradas zonas de fome. Ao todo, mais de 12 milhões de pessoas carecem de ajuda alimentar em Djibuti, na Etiópia, no Quênia e na Somália. As informações são da Associated Press.