Os Estados Unidos vão cancelar um acordo pelo qual se comprometeram em fevereiro a enviar ajuda alimentícia à Coreia do Norte, e que estava suspenso até agora, anunciaram nesta sexta-feira a Casa Branca e o Departamento de Estado.
O lançamento de um satélite por meio de um foguete de longo alcance por parte de Pyongyang é "suficiente para quebrar o acordo", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Mark Toner, em entrevista coletiva.
Por sua vez, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, afirmou no avião presidencial que a ação da Coreia do Norte "demonstra claramente" que os EUA "não podem confiar no país para manter seus compromissos".
"É impossível pensar como podemos seguir adiante com o acordo de fevereiro levando em conta a ação que eles tomaram", acrescentou Rhodes.
Os Estados Unidos se comprometeram a enviar 240 mil toneladas de ajuda alimentícia para a Coreia do Norte, em troca do compromisso de Pyongyang de suspender suas atividades de enriquecimento de urânio, assim como os testes nucleares e os lançamentos de mísseis de longo alcance.
Em 28 de março, depois de Pyongyang confirmar sua intenção de lançar o foguete, Washington ordenou a suspensão do acordo. Até o momento, nenhum alimento foi entregue à Coreia do Norte, segundo confirmou hoje Toner, que acrescentou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deverá decidir se a cláusula do acordo que fala sobre o envio de observadores para o país asiático continuará válida.
"Se não podemos confiar que um governo mantenha seu compromisso numa área, também não podemos confiar que faça isso em outra", considerou Toner. "E francamente, não podemos confiar que a ajuda entregue aos norte-coreanos vá parar em mãos adequadas", acrescentou.
Os Estados Unidos pretendiam supervisionar a entrega dos alimentos para evitar que ele fosse desviado para as elites ou o exército do país.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, conversou nesta sexta-feira como o ministro das Relações Exteriores chinês, Yang Jiechi.
"Pedimos para a China utilizar sua relação com a Coreia do Norte para expressar nossas preocupações sobre as ações recentes", explicou Toner.
Hillary ressaltou a necessidade de uma atuação conjunta para condenar a ação, tendo como contexto o diálogo de seis lados (EUA, as duas Coreias, Rússia, China e Japão) estabelecido em 2005.
Além disso, a secretária de Estado advertiu nesta quinta-feira que em caso de lançamento, os ministros de Relações Exteriores do Grupo dos Oito (G8, formado pelos Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá) tomariam "novas medidas" contra a Coreia do Norte na ONU.
O Conselho de Segurança condenou nesta sexta-feira o lançamento do satélite norte-coreano, ação que segundo todos seus membros viola duas resoluções do órgão internacional.
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