Ao tomar um passo importante no difícil caminho para fechar a prisão norte-americana na base da Baía de Guantánamo (Cuba), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, instruiu o governo federal a comprar uma pequena prisão usada numa área rural do Estado de Illinois. Essa prisão será o novo lar de um número limitado de detentos que atualmente estão em Guantánamo.
O governo federal comprará o Centro Correcional Thomson, em Thomson, Illinois, e transformará a prisão numa penitenciária que atenderá a "padrões superiores" de segurança, de acordo com uma carta enviada ao governador de Illinois, Pat Quinn, e assinada pela secretária de Estado, Hillary Clinton, pelo secretário da Defesa, Robert Gates, pela secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, pelo secretário de Justiça, Eric Holder, e pelo diretor da Inteligência Nacional, Dennis C. Blair Thomson fica 240 quilômetros ao oeste de Chicago. O Centro Correcional Thomson foi construído pelo Estado de Illinois em 2001, com a capacidade para abrigar presos em regime de segurança máxima.
De acordo com a carta, "departamentos federais e agências, incluídos os Departamentos de Segurança Interna, Justiça e Defesa, trabalharão juntos ao governo estadual e com as autoridades locais para identificar e reduzir qualquer risco" na prisão.
Funcionários e políticos graduados de Illinois, como o governador Quinn e o senador Richard Durbin, farão um anúncio mais tarde na noite desta terça-feira na Casa Branca. Um assessor de Durbin disse que a prisão em Thomson receberá condenados por crimes federais e não mais que 100 detentos de Guantánamo.
Os republicanos foram rápidos ao criticar o plano do governo. O líder da minoria republicana no Senado, o senador Mitch McConnell, disse que o povo americano "sempre rejeitou trazer terroristas a solo dos EUA". Ele acusou a administração Obama em fracassar em explicar como transferir os detentos ajudaria a manter a segurança pública, ao invés de mantê-los longe em Cuba.
A prisão em Thomson emergiu como um local com potencial para receber os detentos de Guantánamo após políticos do estado, entre eles o próprio Durbin, terem se mostrado entusiasmados com a ideia.
O senador Roland Burris, um democrata por Illinois, disse nesta terça-feira ter "plena confiança que a prisão manterá esses suspeitos de terrorismo seguros e sob vigilância". Em comunicado, Burris ressalta que a taxa de desemprego no Illinois já é de 11% da força de trabalho e a transferência dos detentos para o estado será "um grande benefício econômico, ao criar 3.000 empregos diretos e trazer os valiosos dólares federais para financiar várias empresas locais" que prestarão serviços à prisão.
A prisão de Thomson foi uma das várias avaliadas pelo Escritório Federal de Prisões para guardar os detentos da base naval de Guantánamo. Obama tem enfrentado alguma resistência à ideia de suspeitos de terrorismo ficarem detidos nos EUA, mas em Thomson muitas pessoas comemoraram a perspectiva de empregos e ganhos econômicos.
A prisão de Thomson, no entanto, não resolverá todos os problemas de Guantánamo, porque dezenas de presos na base naval não poderão ser levados ao Illinois. A decisão parece ser mais simbólica e um claro sinal de que o governo americano trabalha para encontrar novos lugares para guardar os detidos na base naval.
Quem são os jovens expoentes da direita que devem se fortalecer nos próximos anos
Frases da Semana: “Kamala ganhando as eleições é mais seguro para fortalecer a democracia”
Brasil deve passar os EUA e virar líder global de exportações agropecuárias
O que dizem as pesquisas sobre educação integral, obsessão do MEC de Lula