Negociadores dos Estados Unidos e do Iraque concordaram que todos as tropas de combate americanas deixem o país no fim de 2011, informou nesta sexta-feira (22) o "Washington Post". Segundo o jornal, oficiais iraquianos disseram estar "muito próximo" de uma solução para temas que bloqueiam o acordo final sobre a futura presença militar americana no Iraque. As negociações já teriam lançado as bases para o estabelecimento de um calendário para a retirada a americana, o que a administração Bush não aceitava.
Segundo o vice-ministro de Relações Exteriores do Iraque, Mohammed al-Haj Hamoud, a visita, na quinta-feira, da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao presidente iraquiano, Nuri al-Maliki, foi um passo importante para chegar a um acordo. De acordo com o "Washington Post", os dois lados afirmam, entretanto, que divergências importantes ainda não foram superadas, como a possibilidade de as tropas americanas ficarem sujeitas às leis iraquianas em caso de cometerem crimes.
Os EUA exigem imunidade para suas tropas e funcionários do Pentágono no Iraque, mas o governo iraquiano nega. O acordo, segundo o jornal americano, precisa ser aprovado pelos dois governos antes de o mandato das Nações Unidas no país expirar, no fim do ano, quando também chega ao fim o governo do presidente americano, George W. Bush, que há cinco anos deu início à guerra no Iraque.
Números divulgados pelos EUA indicam que a violência no Iraque estaria em queda desde o ano passado, atingindo este ano seu nível mais baixo. Mas ataques às forças internacionais e à minoria xiita ainda são constantes. As forças americanas afirmam que atentados em regiões divididas, como o Norte do país, são usados por terroristas para chamar a atenção da mídia. Para analistas, porém, os ataques mostram que grupos como a Al-Qaeda ainda continuam estabelecidos no Iraque.