Obama compra sanduíche em lanchonete de San Juan, durante visita à ilha de Porto Rico| Foto: Saul Loeb/AFP

Palanque eleitoral

Presidente busca voto de porto-riquenhos

A desembarcar ontem em San Juan, Porto Rico, na primeira visita oficial de um presidente norte-americano à ilha caribenha em 50 anos, Obama tinha na mira os 4,6 milhões de porto-riquenhos e descendentes que moram nos EUA continentais e podem votar para presidente.

Os porto-riquenhos são cidadãos norte-americanos, mas os que vivem na ilha não podem votar nas eleições gerais norte-americanas – apenas nas primárias – um dos fatores que deram origem a um sentimento de serem cidadãos de segunda categoria.

Obama deu uma declaração de apoio à realização de um referendo na ilha, proposta defendida por moradores que querem decidir se Porto Rico se integrará totalmente aos EUA ou ficará independente. "Quando o povo de Porto Rico tomar uma decisão clara, minha administração ficará ao lado de vocês", disse Obama, que foi recebido por uma multidão amistosa.

Obama foi recebido pelo governador Luis Fortuno na residência oficial, La Fortaleza. Quando o comboio do presidente se aproximava do prédio, alguns manifestantes gritavam em espanhol em alto-falantes: "Independência para Porto Rico".

A recessão atingiu Porto Rico de maneira mais dura que os EUA continentais, com a taxa de desemprego subindo a 16,2% da força de trabalho. Como os porto-riquenhos são cidadãos norte-americanos, a imigração não é o principal problema. (AE)

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O presidente dos EUA, Barack Oba­­ma, disse ontem que, se o Congresso não chegar a acordo para elevar o teto da dívida norte-americana, a economia global corre o risco de uma nova crise financeira.

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"A confiança total e o crédito dos EUA são a base não só do nosso modo de vida, mas do sistema financeiro global", disse, cobrando acordo dos republicanos.

Alerta semelhante foi feito pelo presidente do banco central dos EUA (Fed), Ben Bernanke. Segundo ele, uma suspensão mesmo que de curto prazo no pagamento da dívida norte-americana pode causar "sérios distúrbios nos mercados financeiros".

Para Bernanke, um calote pode ainda reduzir a nota da dívida americana (concedida pelas agências de avaliação de risco), gerar dúvidas sobre a solvência dos EUA e criar danos para o papel do dólar e dos títulos do Tesouro nos mercados globais.

Os títulos do governo norte-americano são considerados os mais seguros do mundo e referência para o mercado.

A preocupação de Obama e de Bernanke é com o fato de que o Congresso ainda não fechou acordo para elevar o limite da dívida americana.

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O teto, de US$ 14,3 trilhões, foi atingido no mês passado, mas o Tesouro vem tomando medidas emergenciais para estender o prazo até 2 de agosto, sem ter que recorrer à venda de títulos para manter as contas em dia.

Por trás do impasse, está a disputa política entre democratas e republicanos, acentuada ainda mais à medida que se aproxima a eleição presidencial de 2012.

Os republicanos, que têm maioria na Câmara dos Re­­presen­­tantes (deputados), não aceitam elevar o teto da dívida sem que o governo se comprometa a cortar gastos, o que pode significar mexer nos programas sociais. A dívida dos EUA cresce desde que o país entrou em recessão, no fim de 2007.