O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou hoje que os Estados Unidos estão "totalmente determinados a defender o Japão", que foi alvo de ameaças nucleares por parte da Coreia do Norte.Kerry chegou hoje ao Japão para conversar sobre as tensões nucleares na Península Coreana. Há semanas, a Coreia do Norte vem ameaçando atacar os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão depois que novas sanções da ONU foram impostas ao país em resposta ao seu mais recente teste de armas nucleares, em fevereiro.

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Aumentam as especulações de que os norte-coreanos estariam preparando o lançamento de mais um míssil ou um novo teste nuclear.O secretário de Estado dos EUA reuniu-se com o chanceler japonês Fumio Kishida em Tóquio, que posicionou mísseis Patriot em torno da capital para fazer frente a um eventual lançamento de mísseis norte-coreanos.

Kerry afirmou que os EUA farão "o que for necessário" para defender o Japão e a Coreia do Sul, mas acrescentou: "A nossa escolha é a negociação, a nossa escolha é a de ir sentar à mesa e encontrar uma forma de a região ter paz".

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Kerry também procurou esclarecer os comentários que fez em Pequim, ontem, que alguns interpretaram como uma indicação de que ele poderia estar propondo a remoção do recente aumento da capacidade norte-americana em mísseis na Ásia, se a China convencer a Coreia do Norte de abandonar seus programas atômicos.

O Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono) anunciou nas últimas semanas planos para posicionar destróieres com sistemas de mísseis Aegis no Pacífico ocidental e um sistema conhecido como Defesa Terminal de Alta Altitude (Thaad, na sigla em inglês), em Guam.

"O presidente dos Estados Unidos instalou alguma capacidade adicional de mísseis de defesa precisamente por causa da ameaça da Coreia do Norte. E é lógico que se a ameaça da Coréia do Norte desaparece, porque a península (coreana) se desnucleariza, então, obviamente, que essa ameaça não requer mais esse tipo de atitude. Mas não houve acordos, nenhuma conversa, não há nada realmente na mesa quanto a isso", disse Kerry.

China

Ontem, durante a visita a Pequim, Kerry conseguiu um apoio crucial da China para buscar uma distensão na crise."Tratar adequadamente o problema nuclear coreano serve ao interesse comum de todas as partes", afirmou o conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi.

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Nem Yang nem Kerry deram detalhes de medidas concretas, mas o secretário norte-americano disse que outras discussões serão mantidas para saber como alcançar o objetivo. A China é a única aliada importante da Coreia do Norte e seu fornecedor-chave de ajuda e comércio. As autoridades chinesas têm influência sobre o governo do ditador Kim Jong-Un, que ameaçou em várias oportunidades dar início a uma guerra nuclear.

Testes

Em um ano, Pyongyang disparou dois mísseis (um deles, em dezembro, foi bem sucedido), considerados pelas potências ocidentais como testes de mísseis balísticos encobertos. O país ainda realizou a um teste nuclear (em 12 de fevereiro), o que lhe valeu novas sanções da ONU, motivo das novas ameaças norte-coreanas. Ignorando as advertências de seu vizinho e aliado chinês, o Norte posicionou em seu litoral oriental dois mísseis Musudan, com um alcance teórico de 4.000 km. O artefato poderia chegar ao território japonês, sul-coreano e inclusive na ilha de Guam, no Pacífico, onde os Estados Unidos têm bases navais e aéreas.

O possível disparo de um míssil poderá acontecer em torno em 15 de abril, dia do aniversário do nascimento do fundador da dinastia comunista, Kim Il-Sung, segundo os especialistas.

Para apaziguar a situação, os Estados Unidos cancelaram na semana passada o disparo de teste de um míssil balístico intercontinental da Califórnia, o Minuteman 3. Com o mesmo espírito, Kerry desistiu de visitar na Coreia do Sul a localidade fronteiriça de Panmunjom, onde foi assinado o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-1953).

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