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Soldados da Coréia do Sul guardam posição com bateria antiaérea na fronteira com a Coreia do Norte | Ahn Jung-won/Yonhap/Reuters
Soldados da Coréia do Sul guardam posição com bateria antiaérea na fronteira com a Coreia do Norte| Foto: Ahn Jung-won/Yonhap/Reuters
  • Imagem de satélite mostra as duas Coreias à noite: Norte fica no escuro
  • Soldados da Coreia do Sul observam movimentação do lado norte-coreano, em Paju, na fronteira entre os dois países: vizinhos firmaram trégua na guerra em 1953
  • Soldado sul-coreano passa em frente ao monumento em memória à Guerra da Coreia (1950-1953) no Museu de Memória de Guerra da Coreia, em Seul

A Coreia do Sul e os Estados Unidos elevaram na quinta-feira seu nível de alerta militar na península coreana, depois que a Coreia do Norte afirmou que armistício em vigor desde 1953 está morto e se disse preparada para um ataque.

O regime comunista realizou nesta semana uma série de medidas provocativas raramente vistas nesses mais de 50 anos, o que inclui ameaças de guerra, lançamentos de mísseis e um teste com arma nuclear, o segundo da sua história.

O comando conjunto para os 28,5 mil soldados dos EUA que apoiam os 670 mil militares sul-coreanos elevou seu nível de alerta em um degrau, indicando uma séria ameaça por parte da Coreia do Norte, segundo o Estado-Maior do Sul.

É o maior nível desse alerta desde o teste nuclear anterior de Pyongyang, em outubro de 2006.

A Força Aérea dos EUA deve enviar nos próximos dias 12 caças avançados F-22 Raptor para sua base de Okinawa, no Japão. Um porta-voz disse, no entanto, que a manobra já estava decidida antes do teste norte-coreano.

A Coreia do Norte deve enfrentar novas sanções da ONU por ter violado a proibição de testes que datava de 2006. As grandes potências já chegaram a um acordo preliminar sobre o assunto, que deve ser votado na semana que vem pelo Conselho de Segurança, segundo diplomatas ocidentais.

Provavelmente a ONU tornará mais rígidas as medidas já em vigor, como o embargo de armas e restrições financeiras. Os EUA querem também inspecionar cargas que entram e saem de barco na Coreia do Norte, mas a China estaria relutante.

Uma fonte do governo sul-coreano disse à agência de notícias local Yonhap que o Norte parece se preparar para novos atos provocativos, como mais disparos de mísseis de curto alcance na sua costa oeste.

Analistas dizem que com essas atitudes o líder comunista Kim Jong-il quer consolidar ainda mais seu poder e garantir sua sucessão em prol de um de seus três filhos. Ele estaria com a saúde abalada desde um derrame sofrido em agosto.

Especialistas em armas argumentam que, embora a Coreia do Norte esteja se empenhando em construir um arsenal atômico, ela não tem meios efetivos de realizar ataques com uma ogiva nuclear.

Autoridades dos EUA têm pedido à China que pressione a Coreia do Norte a voltar para as negociações sobre seu desarmamento. Muitos analistas, porém, acham que Washington exagera a influência que Pequim tem sobre Pyongyang, bem como a disposição do regime chinês em usar tal influência.

"Sem dúvida a China também quer uma resposta rápida e unida, mas provavelmente não dará tudo que os EUA querem. A China tem suas próprias preocupações", disse Shi Yinhong, especialista em segurança regional na Universidade Renmin, em Pequim.

(Reportagem adicional de Kim Junghyun e Rhee So-eui em Seul; Chris Buckley em Pequim e Linda Sieg em Tóquio).

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