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Visita de Obama

EUA e Coreia do Sul querem trabalhar por acordo de livre comércio

Presidentes dos EUA e da Coreia do Sul disseram estar dispostos a firmar acordo de livre comércio | Reuters
Presidentes dos EUA e da Coreia do Sul disseram estar dispostos a firmar acordo de livre comércio (Foto: Reuters)
Obama discursou para soldados de uma base norte-americana na Coreia do Sul |

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Obama discursou para soldados de uma base norte-americana na Coreia do Sul

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul se comprometeram nesta quinta-feira a trabalhar para implementar um emperrado acordo bilateral de livre comércio. Há divergências entre os dois lados no setor automobilístico e de carnes.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e seu colega sul-coreano, Lee Myung-bak, disseram em entrevista coletiva conjunta que trabalharão para superar a oposição ao pacto, concluído pelas duas nações em abril de 2007. O acordo, porém, ainda não foi ratificado pelos parlamentares de nenhum dos dois países.

Obama e Lee também se disseram comprometidos a levar a Coreia do Norte a abandonar seu programa nuclear. Lee advertiu, porém, que isso não será fácil. Obama disse que os EUA e seus aliados estão unidos para pressionar o Irã a desistir de suas supostas intenções de produzir armas nucleares e estão discutindo "consequências", caso Teerã não mude sua posição.

Os líderes também concordaram que é necessário agir em conjunto sobre temas globais como o combate à mudança climática, crescimento sustentável e não-proliferação, bem como contraterrorismo, segundo Lee.

Sobre o tratado de comércio bilateral, Obama disse que "nós estamos comprometidos a trabalhar juntos para avançar no acordo"

O pacto é o maior do tipo desde que os EUA firmaram com Canadá e México o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), que começou a vigorar em 1994. Com ele, o comércio bilateral pode subir de US$ 10 bilhões para US$ 20 bilhões em cinco anos.

Os produtores de carnes e de automóveis dos EUA esperam ganhar mais com o acordo, pois as barreiras comerciais sul-coreanas ainda estão altas nesses setores. Funcionários norte-americanos disseram nas últimas semanas que podem buscar mudanças na parte que regula o setor automobilístico no acordo, ainda que não tenham anunciado nada específico.

"Se há um problema no comércio automobilístico com os EUA, eu acho que devemos ter uma chance para falar sobre isso", disse Lee. "Esse tema foi suficientemente discutido com o presidente Obama e nós buscaremos isso de modo que beneficie os dois países "

Lee divergiu do que ele chamou de noção nos EUA de que o pacto favorecerá apenas a Coreia do Sul. Obama concordou com a análise do colega.

Obama está em sua quarta e última parada em um giro pela Ásia, seu primeiro na presidência. Ele visitou nos últimos dias Japão, China e foi a um encontro do Pacífico em Cingapura.

Sobre a Coreia do Norte, Lee advertiu que não será fácil levar o vizinho a desistir de seu programa de armas nucleares. Segundo ele, isso pode levar um tempo, mas o líder sul-coreano se mostrou confiante na resolução do problema.

Lee disse que as duas Coreias ainda não tiveram tempo de tratar de sua "grande proposta de barganha", mas pediu que os norte-coreanos a aceitem o mais breve possível. A proposta pede que a Coreia do Norte abandone seu programa nuclear "de uma vez", em troca de incentivos diplomáticos, de segurança e econômicos.

Novas sanções ao Irã

Obama fez nesta quninta-feira um alerta enfático ao Irã sobre as consequências de o país não responder à oferta de um acordo nuclear e pode ter um pacote de medidas a serem adotadas "em semanas".

O duro discurso de Obama ocorreu horas depois de o Irã ter indicado que não enviaria o urânio de baixo enriquecimento para ser processado na Rússia, como prevê a peça central de um acordo destinado a firmar uma resolução pacífica sobre o polêmico programa nuclear iraniano e que visa adiar a potencial capacidade do Irã de construir bombas em pelo menos um ano.

Segundo a proposta, o Irã deveria enviar cerca de 75% de urânio de baixo teor de enriquecimento para a Rússia e a França, onde ele seria transformado em combustível para um reator localizado em Teerã e usado em pesquisas médicas.

"O Irã levou semanas e não mostrou disposição para dizer sim a essa proposta. Então, como consequência, iniciamos discussões com nossos parceiros internacionais sobre a importância de haver consequências", disse Obama em entrevista coletiva conjunta com o presidente sul-coreano.

Obama disse que o Irã não receberá um tempo ilimitado, o que torne a questão nuclear iraniana parecida com a norte-coreana. "Não vamos replicar o que aconteceu com a Coreia do Norte, em que as negociações continuam para sempre sem que haja uma solução verdadeira na questão", disse Obama.

Em Manila, o ministro do Exterior do Irã, Manouchehr Mottaki, minimizou a possibilidade de a República Islâmica sofrer novas sanções. "Sanções eram a literatura das décadas de 1960 e 1970", disse ele em entrevista coletiva.

"Acho que eles são sábios o bastante para não repetir experiências fracassadas", acrescentou por meio de um intérprete "É claro que isso depende deles."

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