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Estados Unidos e Grã-Bretanha planejam aumentar a pressão militar sobre Muamar Kadafi nesta terça-feira, enquanto as tropas do líder líbio intensificaram as batalhas violentas na cidade sitiada de Misrata.

Os ataques aéreos da Otan liderados por Grã-Bretanha e França há mais de um mês para proteger civis líbios ainda não conseguiram derrubar Kadafi ou ajudar efetivamente os rebeldes que controlam o leste da Líbia, despertando temores de um impasse prolongado.

O secretário de Defesa britânico, Liam Fox, e o chefe das Forças Armadas, general David Richards, vão encontrar-se em Washington com o secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, e o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior militar dos EUA.

"A reunião será sobre como nós podemos colocar pressão militar sobre o regime, e isso vai incluir da cabeça aos pés -- as pessoas que estão matando os civis em Misrata e as pessoas que estão dando apoio a elas", disse uma fonte do Ministério da Defesa britânico.

Tropas leais a Kadafi ampliaram sua campanha para controlar cidades berberes nas montanhas do oeste da Líbia, ao mesmo tempo em que enfrentam os rebeldes ao redor do porto da cidade sitiada de Misrata.

A capital Trípoli estava em silêncio nesta terça-feira depois de um ataque da Otan contra um complexo dominado por Kadafi. De acordo com oficiais do país, a ação foi uma tentativa da organização de eliminar o líder que enfrenta um levante contra o seu governo de 41 anos no desértico país produtor de petróleo.

Mesmo com mais de um mês de ataques aéreos do Ocidente, o conflito ainda está em um impasse. A intervenção na Líbia é a maior em um país árabe desde a invasão do Iraque em 2003.

Um porta-voz dos rebeldes em Misrata disse nesta terça que forças pró-Kadafi bateram em retirada para a periferia da cidade que está em meio a uma crise humanitária. Ainda assim, a batalha que culminou com a saída deles foi feroz.

"As tropas de Kadafi ainda estão na periferia da cidade", disse o porta-voz chamado Reda à Reuters em curta entrevista por telefone que teve o sinal cortado. "Há batalhas agora na zona sul. Os revolucionários (rebeldes) estão tentando avançar... O centro da cidade estava estável nesta manhã".

A Líbia vive uma guerra civil. A resposta agressiva das forças governamentais reforça a decisão de Kadafi de não trilhar o mesmo caminho dos líderes depostos no Egito e na Tunísia por conta da onda de descontentamento popular que tomou o mundo árabe. O líder da Líbia declarou que vai lutar até a morte.

A guerra dividiu o país produtor de petróleo, o quarto maior na África, em uma área no oeste ao redor da capital Trípoli controlada pelo governo e uma área no leste do país controlada por rebeldes.

Ao se referir aos ataques aéreos da Otan, a televisão da Líbia disse na noite da segunda-feira que "cruzados agressores" bombardearam instalações civis e militares em Bir al Ghanam, 100 quilômetros ao sul de Trípoli, e na região de Ayn Zara, na capital, deixando mortos.

A reportagem disse que navios estrangeiros atacaram e cortaram comunicações com a cidade natal de Kadafi Sirte, assim como cidades-chave produtoras de petróleo como Ras Lanuf e Brega.

Um porta-voz militar britânico, o general John Lorimer, disse que aviões ingleses estiveram em ação durante o final de semana em Misrata, Yafran, Ajdabiyah e Brega, atacando tanques, mísseis, lançadores de foguetes e veículos blindados.

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