Os EUA e a Rússia assinaram nesta terça-feira, um acordo para se desfazer de toneladas de plutônio separado, um sinal do aumento da cooperação entre os dois inimigos da Guerra Fria, em busca do objetivo comum de conter a proliferação nuclear.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, assinaram o acordo, que exige que os dois lados descartem 34 toneladas métricas de plutônio, queimando-as em reatores nucleares.
Lavrov disse que a Rússia gastará cerca de 2,5 bilhões de dólares no programa, enquanto os EUA contribuirão com cerca de 400 milhões de dólares para ajudar a destruir o material permanentemente.
"Esse material todo é suficiente para quase 17.000 armas nucleares e nós instalaremos a estrutura e infraestruturas necessárias para se desfazer de ainda mais plutônio de programas de defesa no futuro", disse Hillary na cerimônia de assinatura do acordo, que aconteceu durante a reunião de cúpula de segurança nuclear global presidida pelo presidente Barack Obama em Washington.
O plutônio pode ser reciclado ao ser misturado a outros materiais para fazer combustível nuclear para reatores civis, conhecidos como MOX. França, Reino Unido, Rússia, Índia e Japão são alguns dos países que produzem combustível MOX, sendo que a empresa francesa Areva é um dos principais fornecedores e uma provável beneficiária do novo acordo entre EUA e Rússia.
Ambientalistas e outros críticos não gostam da produção do combustível MOX, porque ele depende do transporte de combustível nuclear gasto e de plutônio altamente tóxico, deixando o material nuclear vulnerável à perdas ou roubo.
O contrato implementa um acordo fechado em 2000, mas que ainda não havia sido posto em prática devido a atrasos de ambas as partes.
Lavrov disse que ele seria transparente e marcaria um passo em direção à meta determinada no acordo de não-proliferação nuclear de 1970 de desarmamento geral, com controle internacional efetivo e rígido.
"Quando este mecanismo começar a funcionar, esperamos uma influência positiva no processo de não proliferação, inclusive transformando o processo de desarmamento nuclear em um movimento multilateral, espero que em algum momento próximo", disse Lavrov.
Nenhum dos lados disse quanto tempo a destruição levará, ou forneceu dados percentuais do total do seu estoque de plutônio está incluído no acordo.
A assinatura desta terça-feira aconteceu depois que p presidente Dmitry Medvedev e Obama assinaram uma nova versão do tratado "START" em que os dois países se comprometem a reduzir seus arsenais nucleares.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura