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Barack Obama afirmou que os EUA e a Europa estão unidos na determinação de isolar a Rússia | REUTERS/Francois Lenoir
Barack Obama afirmou que os EUA e a Europa estão unidos na determinação de isolar a Rússia| Foto: REUTERS/Francois Lenoir

Os Estados Unidos e a União Europeia concordaram nesta quarta-feira em trabalhar juntos para preparar possíveis sanções econômicas mais duras em resposta às ações da Rússia na Ucrânia, incluindo contra o setor de energia, e também para tornar a Europa menos dependente do gás russo.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse após uma reunião com altos funcionários da UE que o presidente russo, Vladimir Putin, havia calculado mal se achava que poderia dividir o Ocidente ou contar com a sua indiferença em relação à anexação da Crimeia.

Líderes do G7, grupo que reúne as principais potências industrializadas, decidiram nesta semana adiar sanções contra a economia russa, a menos que Putin tome novas medidas para desestabilizar a Ucrânia ou outras ex-repúblicas soviéticas.

"Se a Rússia continuar em seu curso atual, no entanto, o seu isolamento vai se aprofundar, as sanções vão aumentar e haverá mais consequências para a economia russa", disse Obama em entrevista à imprensa em conjunto com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

No discurso inicial de sua viagem à Europa, Obama disse mais tarde a um público de 2.000 jovens que o Ocidente vai prevalecer se permanecer unido, não pela ação militar, mas pelo poder de seus valores para atrair os ucranianos.

A Rússia não seria "desalojada da Crimeia, ou dissuadida de prosseguir em sua escalada com o uso da força militar. Mas com o tempo, desde que permaneçamos unidos, o povo russo vai reconhecer que não pode alcançar a segurança, a prosperidade e o status que procura por meio da força bruta", disse.

No discurso em uma sala de concertos de Bruxelas, no qual parecia estar refutando ponto a ponto o discurso de Putin no Kremlin, em 18 de março, no qual anunciou a anexação da Crimeia, Obama expressou respeito por uma Rússia forte, mas disse que "isso não significa que a Rússia possa passar por cima dos vizinhos".

Ele também disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai intensificar sua presença em seus novos Estados membros do Leste Europeu, com fronteira com a Rússia e a Ucrânia, para confirmar que a garantia de defesa mútua da aliança irá protegê-los.

As forças russas na Crimeia se apoderaram do último navio da Marinha ucraniana depois de dispararem tiros de advertência e granadas de efeito moral, completando a ocupação russa das instalações militares na península do Mar Negro. O governo ucraniano ordenou a retirada de suas forças.

A preocupação ocidental tem se voltado para as tropas russas concentradas na fronteira oriental da Ucrânia em meio a alegações do Kremlin de ataques à população de língua russa na região industrial do país.

Mas o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou considerar provável que a resposta ocidental até agora iria impedir a Rússia de realizar o que chamou de "outros atos de agressão e ingerência no território da Ucrânia".

As novas autoridades ucranianas anunciaram um aumento radical no preço do gás nacional a partir de 1 de maio, de 50 por cento, cumprindo assim uma condição impopular para receber ajuda do Fundo Monetário Internacional, que o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich - apoiado pela Rússia -, havia recusado antes de ser deposto no mês passado.

O FMI deve anunciar já na quinta-feira um pacote de socorro para a Ucrânia no valor aproximado de 15 bilhões de dólares, segundo o jornal The Financial Times.

O governo ucraniano está buscando ajuda do FMI para estabilizar a sua arruinada economia. A Rússia disse que vai aumentar o preço do gás que vende à Ucrânia a partir de abril.

GÁS DOS EUA

Em resposta aos apelos da UE para a expansão das exportações de gás norte-americano para a Europa, para reduzir a dependência europeia do fornecimento russo, Obama disse que um novo acordo comercial transatlântico em negociação tornaria mais fácil autorizar essas vendas.

No entanto, ele afirmou que a Europa deve procurar também explorar os próprios recursos energéticos -- uma referência velada à resistência ambiental para a extração de gás de xisto e uso de energia nuclear --, em vez de apenas contar com o EUA.

A Rússia fornece cerca de um terço do petróleo e do gás da UE e cerca de 40 por cento do gás é exportado através da Ucrânia.

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