Em meio a preparativos para cancelar a proibição de visitas de estrangeiros portadores do vírus HIV, os Estados Unidos vão organizar em 2012 uma conferência global sobre a Aids, num sinal do redobrado compromisso do país em combater a pandemia, disse a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, nesta terça-feira.
"Temos de continuar buscando uma solução global para este problema global", disse Hillary em entrevista coletiva para anunciar que, pela primeira vez desde 1990, a conferência bienal sobre a Aids ocorrerá em território norte-americano - será em Washington.
A Sociedade Internacional da Aids (SIA), que promove a conferência, elogiou a medida e conclamou outros países a derrubarem proibições no acesso a visitantes soropositivos.
"A volta da conferência aos Estados Unidos é resultado de anos de dedicada militância para acabar com uma política equivocada, baseada no medo em vez da ciência", disse Elly Katabira, presidente eleito da SIA, em nota.
A proibição da visita de soropositivos aos EUA, adotada há 22 anos, deve parar de vigorar no começo de janeiro, segundo Hillary.
Na mesma entrevista coletiva, a secretária de Saúde dos EUA, Kathleen Sebelius, disse que essa política "separou famílias, impediu as pessoas de serem submetidas a exames, forçou outros a esconderem seu status de (portadoras do) HIV e a abrirem mão de medicações que poderiam salvar vidas .. e, acima de tudo, não refletiu a liderança (dos Estados Unidos) na luta contra a doença mundo afora."
O vírus da Aids atinge cerca de 33 milhões de pessoas no mundo, sendo cerca de 1 milhão nos EUA.
Embora o governo Obama tenha prometido manter o Programa Presidencial de Emergência para o Alívio à Aids, iniciado no governo de George W. Bush, alguns ativistas dizem temer que a questão da Aids esteja ficando em segundo plano em Washington diante de outros problemas globais.
Eric Goosby, novo coordenador global dos EUA para a Aids, disse na entrevista coletiva que um relatório completo sobre o futuro do programa do governo será divulgado nesta semana, mostrando a ampliação do apoio norte-americano à luta global contra a doença.