Especialistas e profissionais da área de saúde nos Estados Unidos questionaram a afirmação do diretor do Centros de Controle de Doenças (CDC), Thomas Frieden, de que uma enfermeira foi contaminada por ebola por causa de uma violação no protocolo de segurança.
Os Estados Unidos confirmaram neste domingo (12) o primeiro caso de ebola contraído no país. A pessoa afetada é uma funcionária do Hospital Presbiteriano de Dallas, local onde foi tratado o liberiano Thomas Eric Duncan - vítima do ebola que morreu na última quarta-feira (8).
"Não sabemos o que aconteceu no cuidado do paciente, o paciente original em Dallas, mas em algum ponto houve uma quebra no protocolo e esta quebra resultou na infecção", disse Frieden à imprensa.
Frieden pediu uma investigação sobre como a enfermeira foi contaminada.
Segundo os funcionários de saúde, a paciente pediu anonimato e disse que não sabia se havia desrespeitado o protocolo de segurança.
Especialistas de saúde disseram que as equipes em hospitais precisam ser treinadas segundo as fases do tratamento do paciente, certificando-se de que têm o equipamento de segurança adequado e que saibam como usá-lo.
O chefe clínico do departamento de Recursos Sanitários do Texas, Dan Varga, comentou que os funcionários estão muito preocupados porque, segundo eles, esta pessoa contraiu o vírus apesar de seguir todos os protocolos de segurança.
A União Nacional de Enfermeiras, principal sindicato do setor, afirmou que os trabalhadores do setor estão "alarmados com a preparação inadequada", destacou RoseAnn DeMoro, presidente do sindicato.
A Casa Branca informou que o presidente Barack Obama conversou por telefone com a ministra da Saúde, Sylvia Burwell, insistindo que os resultados da investigação de Dallas sobre as circunstâncias do contágio devem ser compartilhados "rapidamente e amplamente".
Greves
Na Libéria, onde 2.316 pessoas morreram, os funcionários do setor de saúde decidiram ampliar uma greve para exigir um pagamento maior pelo risco representado pela epidemia.
Nesta segunda, milhares de trabalhadores da área da saúde estão em greve no Reino Unido para protestar contra um congelamento de pagamento.
O governo rejeitou o pedido de aumento de 1% para alguns setores, como enfermeiras e equipe de ambulância.
Os serviços de emergência não serão afetados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemia de ebola já deixou mais de 4.000 mortos entre 7.399 casos detectados em sete países, entre eles Libéria, Serra Leoa e Guiné.
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