Os EUA anunciaram hoje em Genebra que estão dispostos a gastar durante este ano US$ 100 milhões em ajuda humanitária para os iraquianos atingidos pela violência, tanto os que fugiram como os que permaneceram no país.
"No entanto, a prioridade é garantir a segurança e a estabilidade no país para que os milhares de refugiados possam voltar para suas casas, pois no Iraque, como no resto do mundo, as pessoas não querem viver em outros países, mas desejam voltar para suas casas", disse hoje a subsecretária de Estado para a Democracia e Assuntos Mundiais dos EUA, Paula Dobriansky.
Ela faz parte da delegação que viajou esta semana a Genebra para participar da reunião internacional organizada pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), entidade que tratará do problema humanitário criado pelos mais de 40.000 iraquianos que deixam suas casas por causa da violência que toma conta do país.
Durante uma entrevista coletiva e ao ser perguntada se seu Governo planejava sair do Iraque para tentar reduzir o número de refugiados, Dobriansky afirmou que durante o regime de Saddam Hussein já acontecia um "número considerável" de deslocamentos.
"Depois, em 2003, muitos iraquianos voltaram para suas casas, mas desde o ataque de Samarra - em fevereiro de 2006 - aumentou o número de indivíduos que saíam do país", declarou Dobriansky, que afirmou que Washington trabalha na transferência de 70.000 iraquianos no mundo todo.
Além disso, declarou que, embora "o pedido de fundos do Acnur chegue a US$ 60 milhões, estamos dispostos a aumentar este valor caso assim peça" a organização, assim como "trabalhar com outros Governos e organizações para encontrar soluções concretas para os palestinos que estão no Iraque".
Dobriansky também expressou seu desejo de que o Congresso dos EUA aprove uma iniciativa com a qual se pretende facilitar a entrada no país de mais de 500 tradutores iraquianos e afegãos cuja vida corre perigo por colaborarem com as tropas americanas.
A iniciativa, que já foi aprovada pelo Senado, estabelece a concessão de um número superior a 500 vistos especiais durante um período de três anos aos estrangeiros que ajudaram as forças americanas durante as guerras do Golfo Pérsico.
Além disso, o diplomata americano declarou: "Nós queremos ver os iraquianos voltando para suas casas e para isto o fundamental é que haja segurança e estabilidade. Esta é nossa maior prioridade".
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