Os Estados Unidos disseram nesta terça-feira que esperam novas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã "dentro de semanas", enquanto a República Islâmica desafiou a pressão mundial e ampliou seu programa nuclear.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira que a negociação internacional por uma nova rodada de sanções contra o Irã está progredindo rapidamente e deve ser concluída nas próximas semanas.
Numa entrevista coletiva improvisada, Obama disse que apesar das negativas de Teerã, está claro para ele que o Irã está em busca de um "armamento nuclear".
A Rússia, que em geral prefere o diálogo às sanções, endureceu o tom e disse que o Irã viola resoluções anteriores da ONU e dá motivos para preocupações do Ocidente por ter anunciado no fim de semana que enriqueceria urânio a 20 por cento, para alimentar um reator de pesquisas médicas.
O urânio altamente enriquecido é matéria-prima para armas nucleares, e o Ocidente suspeita das verdadeiras intenções de Teerã, que no entanto insiste no caráter pacífico das suas atividades.
"Métodos político-diplomáticos são importantes para uma resolução, mas há um limite para tudo", disse o poderoso secretário do Conselho de Segurança da Presidência russa, Nikolai Patrushev, à agência Interfax.
Entre as potências com poder para vetar uma resolução do Conselho de Segurança, só a China continua se opondo a uma quarta rodada de sanções ao Irã. Nesta terça-feira, Pequim cobrou empenho de todas as partes na busca por um acordo pelo qual o Irã enviaria seu estoque de urânio para o exterior, em troca de receber combustível para o reator de pesquisas.
Negociações dos últimos meses nesse sentido não deram em nada, e nesta terça-feira o chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, confirmou o início do enriquecimento de urânio a 20 por cento na usina da Natanz, sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU). Até agora, o Irã enriquecia urânio a no máximo 3,5 por cento.
Salehi disse que uma rede de 164 centrífugas é capaz de produzir três a cinco quilos mensais de urânio a 20 por cento, apesar de o reator de pesquisas precisar de apenas 1,5 quilo por mês, segundo a agência local de notícias Isna. Para uso em armas nucleares, o urânio precisa ter cerca de 90 por cento de enriquecimento (pureza).
Em entrevista ao canal Fox News, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, declarou: "Acho que vai levar um tempo --eu diria semanas, não meses-- para vermos se não conseguimos outra resolução do Conselho de Segurança da ONU."