- Parlamentares russos pedem reconhecimento da independência de separatistas na Geórgia
- Resfriamento das relações com a Rússia ameaça acesso dos EUA ao espaço
- Conflito na Geórgia ameaça ingresso russo na OMC
- Dois oficiais russos morrem em ataque na Chechenia
- Navio dos EUA chega à Geórgia, mas tropas russas mantêm ocupação
Os Estados Unidos estão reconsiderando a sua "relação inteira" com a Rússia, disse a Casa Branca nesta segunda-feira (25), ao lançar a acusação de que Moscou ainda não cumpriu totalmente com o acordo de cessar-fogo assinado com a Geórgia.
"Nós estamos revendo nossa relação inteira com a Rússia," disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.
Fratto também disse que o destino das províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia não "são um assunto para apenas um país resolver." Ele fez o comentário em resposta a uma votação das duas câmaras do Parlamento russo, que nesta segunda-feira, mais cedo, instaram o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, a reconhecer a independência das duas regiões apoiadas por Moscou. O presidente dos EUA, George W. Bush, instou a liderança russa a não reconhecer a independência das duas províncias. O governo dos EUA declarou que a independência das duas províncias "seria inaceitável."
O presidente russo Dimitri Medvedev não respondeu imediatamente, mas disse recentemente que a Rússia apoiará a escolha dos povos da Ossétia do Sul e da Abkházia, seja qual for.
Medvedev assinalou que as críticas ocidentais são de pequena preocupação para a Rússia. "Nós não queremos uma ilusão de parceria. A partir do momento em que eles nos cercaram com bases por todos os lados, atraíram cada vez mais nações à aliança atlântica e nos disseram 'não se preocupem, está tudo bem' - é claro que nós não gostamos disso," disse Medvedev.
A Casa Branca apoiou a independência da província separatista do Kosovo, na Sérvia.
Já no caso da Ossétia do Sul e da Abkházia, o status futuro das duas províncias é "um assunto para negociações pacíficas e discussões entre as partes," incluídos os habitantes das duas regiões, a Geórgia e as Nações Unidas, disse Fratto.
"O Cáucaso sempre foi e sempre será uma região de interesse estratégico russo," alertou hoje em Moscou o líder da Duma, a câmara baixa do Parlamento da Rússia, Bóris Gryzlov.
A Casa Branca também anunciou hoje que duas delegações americanas visitarão em breve a Geórgia, sinalizando apoio ao país do Cáucaso.
Fratto disse que o subsecretário de Estado para Assuntos de Economia, Energia e Agricultura, Reuben Jeffery, visitará Tbilisi nesta semana. O anúncio foi feito algumas horas após a Casa Branca informar que o vice-presidente americano Dick Cheney irá à Geórgia na próxima semana, como parte de uma viagem à Ucrânia, Azerbaijão e Itália.
Fratto reiterou que os EUA apóiam o ingresso da Geórgia e da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, a visita de Cheney será para "entregar a palavra de apoio da América e avaliar como os líderes dessa região vêem o futuro."
No dia 7 de agosto, a Geórgia atacou a província separatista da Ossétia do Sul, provocando uma forte resposta da Rússia, que expulsou o exército georgiano da região e invadiu a Geórgia. Após cinco dias de combates, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, conseguiu mediar um acordo de cessar-fogo entre o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, e o presidente russo Medvedev.
Quando questionado se a Casa Branca considera punições posteriores à Rússia, pela sua resposta militar à Geórgia, Fratto disse que os EUA se concentram atualmente nos esforços de reconstrução do país do Cáucaso, e que a Rússia já pagou um preço alto pelas suas ações.
"Para eles, a ação saiu cara em termos de reputação," afirmou.
Nesta segunda-feira, a Geórgia acusou que centenas de soldados russos permaneceram no seu território e não se retiraram na sexta-feira passada, como o presidente russo Medvedev havia prometido. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.