A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse nesta quarta-feira (25) que o apetite "insaciável" dos EUA por drogas ilegais tem grande parte da culpa pela violência que assola o México.
"Somos (culpados). Como pode alguém concluir qualquer coisa diferente?", disse Hillary, respondendo à pergunta de um jornalista, durante o voo que a levou para uma visita de dois dias ao México, que deve ser dominada pela violência ligada às drogas, responsável pela morte de 6.300 pessoas no ano passado no México.
Nesta semana, Washington anunciou planos para melhorar a segurança na fronteira, pois há temores de que a violência no país vizinho se espalhe para o sul dos EUA.
"Nossa demanda insaciável por drogas ilegais alimenta o comércio das drogas. Nossa incapacidade de impedir que armas sejam ilegalmente contrabandeadas através da fronteira para armar esses criminosos causa a morte de policiais, soldados e civis", disse Hillary. "Sinto muito fortemente que temos uma corresponsabilidade."
Hillary se reunirá com o presidente Felipe Calderón para discutir vários assuntos bilaterais, inclusive migração e comércio. Nesta quinta, ela fará uma escala em Monterrey, importante centro econômico do norte do México.
A secretária afirmou que o governo Obama está avançando na resolução da disputa envolvendo o tráfego binacional de caminhões, e espera que o Congresso norte-americano seja receptivo às suas propostas.
Ela também se referiu à opinião, difundida no México, de que os EUA não estariam assumindo suficiente responsabilidade pela droga que entra no país pela fronteira sul, que é avaliada em 40 bilhões de dólares por ano.
As autoridades norte-americanas anunciaram nesta terça um programa e 184 milhões de dólares para colocar mais 360 agentes em postos fronteiriços e para aumentar as ações em busca de drogas, armas e dinheiro sendo contrabandeados por cartéis mexicanos.
Durante o governo de George W. Bush (2001-09), os EUA se comprometeram com um pacote de ajuda de três anos, no valor de 1,4 bilhão de dólares, destinado a adquirir equipamentos para o combate às drogas para o México e a América Central.
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