Apesar do acordo entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), a aprovação de uma nova resolução com sanções ao Irã deve ser votada apenas em junho. Ainda assim não está claro se os EUA e seus aliados, que desistiram de buscar a unanimidade, conseguirão o número suficiente de votos para aprová-la.
O governo de Barack Obama sabe que existem três obstáculos para levar o texto de uma nova resolução para votação agora. Primeiro os debates sobre a revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) na ONU, uma das prioridades do país, se encerrarão somente no fim do mês. Em segundo lugar, a presidência do CS está agora nas mãos do Líbano, que determina a agenda.
Por questões domésticas, os libaneses não têm interesse em colocar a questão do Irã na pauta de votação. Em junho, o México aliado dos EUA, ocupará a presidência e deve colocar o texto da resolução em votação. Por fim, os norte-americanos e seus aliados não querem correr o risco de perder ou de ter um número de votos baixo, o que reduziria o impacto e poderia ser considerado uma vitória de Teerã.
Mesmo com o apoio de todos os membros permanentes, é preciso que nove países votem a favor da resolução. O Brasil e a Turquia, neste momento, são contra. O Líbano também não apoia. Já México e Japão devem votar com os membros permanentes. Sobram cinco votos, dos quais os EUA precisam de pelo menos dois. Nigéria, Uganda e Gabão ainda não se posicionaram, mas tendem a votar contra as sanções por serem parte da Organização da Conferência Islâmica, formada no âmbito da ONU, que sempre vota em bloco e a favor de países muçulmanos.
A Bósnia, mesmo sendo majoritariamente muçulmana, pretende integrar a União Europeia (UE) e deve votar com os norte-americanos. A Áustria, apesar dos laços econômicos estreitos com o Irã, também tende a apoiar sanções. Assim, os EUA teriam os nove votos necessários, mas a resolução teria pouca legitimidade, principalmente pela falta de apoio de Brasil e Turquia, que ontem enviaram carta à ONU pedindo mais negociações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil