O Governo dos EUA afirmou neste domingo (15) que tentará garantir o cumprimento da resolução da ONU que sanciona a Coréia do Norte pela realização de um teste nuclear, e não excluiu a possibilidade de novas pressões para isolar ainda mais o regime de Pyongyang.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, deixou claro que o principal objetivo é iniciar as sanções econômicas e armamentistas, assim como os embargos previstos no texto das Nações Unidas.
A resolução "será aplicada, porque os Estados-membros têm a obrigação de aplicá-la", disse hoje Rice em declarações à rede de televisão americana "CBS".
A chefe da diplomacia americana reconheceu, no entanto, que há uma certa preocupação em relação a "como fazer isso sem aumentar as tensões na região" e, portanto, "provavelmente acontecerão conversas em torno da maneira como serão aplicadas" algumas das medidas previstas na resolução.
O elemento-chave pode ser a China, que é a principal aliada e provedora de ajuda alimentícia e energética de Pyongyang, e também a que mais poder de persuasão pode ter sobre os vizinhos norte-coreanos, caso todas as sanções aprovadas pela ONU realmente forem aplicadas.
"Tenho quase certeza que a China assumirá suas responsabilidades", disse a secretária de Estado, que realizará na próxima terça-feira uma viagem por Pequim, Seul e Tóquio para analisar os detalhes da aplicação das sanções impostas ao regime norte-coreano.
O embaixador americano na ONU, John Bolton, também disse que a China tem grande responsabilidade neste momento e uma grande influência sobre a Coréia do Norte.
"Sejamos claros: a China votou a favor", por isso "tem a obrigação de garantir o que está escrito na resolução", disse hoje o diplomata.
No entanto, Bolton deixou entrever que não tem tanta certeza disso, ao afirmar que terão que ver "o que realmente acontece com Pequim".
Tanto o embaixador como Rice fizeram estas declarações ao serem questionados sobre as reservas manifestadas pela China após votar a resolução, e a sua anunciada intenção de não participar da inspeção de cargas marítimas que partem e vão para a Coréia do Norte, como prevê o texto da ONU.
Com China à parte, os EUA deixaram muito claro que estão dispostos a aumentar a pressão sobre as autoridades de Pyongyang, e a tomar as medidas necessárias até que estes desistam de suas ambições nucleares.
"Vamos fazer com que - até onde pudermos - lhes seja impossível continuar com o programa (nuclear)", disse hoje Bolton.
O embaixador não disse precisamente como podem impor mais pressão sobre esse país, assim como a secretária de Estado, após dizer que "pode ser que outros passos sejam necessários, levando em conta o comportamento da Coréia do Norte".
Por enquanto, a Administração americana centrará seus esforços para que a resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada no sábado por unanimidade e na qual estão especificados as sanções e embargos impostos à Coréia do Norte, sejam cumpridas.
A resolução exige do regime norte-coreano a suspensão imediata de suas atividades nucleares, e proíbe a venda ou transferência para Pyongyang de qualquer tipo de material relacionado a armas "não convencionais".
Também inclui o bloqueio aéreo, a proibição de vender artigos de luxo ao país e o bloqueio das contas no exterior das autoridades do regime norte-coreano.
O documento também exige que o país asiático retome sem reservas ou condições prévias as conversas multilaterais do grupo formado por China, Rússia, EUA e Japão, além das duas Coréias, sobre seu programa atômico, e pede que acate imediatamente ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
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