O Pentágono confirmou nesta quinta-feira (21) que o Exército dos EUA tentou há dois meses resgatar reféns norte-americanos que estavam em poder do Estado Islâmico na Síria, informação inicialmente divulgada pelo jornal The New York Times.
A operação é revelada dois dias após a facção divulgar em vídeo a morte do jornalista James Foley, sequestrado em 2012 e decapitado por um militante nas imagens, e ameaça matar outro repórter, Steven Sotloff.
À publicação, militares disseram que 24 integrantes da Força Delta, grupo de elite do Exército, chegaram de helicóptero a uma localidade do norte sírio e tentaram invadir uma refinaria, onde estariam os reféns.
Quando eles chegaram, no entanto, os sequestrados já não estavam mais no local. Nem eles nem o Pentágono confirmam quantos e quais reféns eles pretendiam resgatar no local.
Ao tentar sair, os soldados foram cercados por um grupo de extremistas do Estado Islâmico, com quem trocaram tiros. O confronto durou alguns minutos até que os helicópteros que os trouxeram puderam resgatá-los.
Um dos militares norte-americanos ficou ferido no enfrentamento e um helicóptero esteve no alvo dos militantes, mas todos os soldados foram resgatados em segurança. Os membros do governo norte-americano dizem que alguns extremistas foram mortos.
Esta é a primeira vez que os Estados Unidos reconhecem ter entrado na Síria desde o início da guerra civil, em 2011. O secretário de Justiça norte-americano, Eric Holder, confirmou que uma investigação foi aberta sobre a morte de James Foley.
Resgate
A operação é revelada horas após representantes da família do jornalista decapitado terem dito que o Estado Islâmico pediu US$ 100 milhões (R$ 225 milhões) de resgate ao governo norte-americano para liberar Foley.
A proposta foi negada pelos Estados Unidos, que tem como política não dar resgate a grupos terroristas. Além do resgate, os extremistas pediram a liberação de Aafia Siddiqui, cientista paquistanês aliado da rede terrorista Al Qaeda preso no Texas.
O Reino Unido também teria negado pagar resgate por um cidadão britânico. A entrega de dinheiro a grupos extremistas é uma política comum para França, Espanha e outros países europeus, mas é negada por norte-americanos e britânicos.
Segundo o New York Times, grupos aliados à Al Qaeda receberam US$ 125 milhões de diferentes países da Europa que pagaram para libertar seus cidadãos. Os recursos são investidos em armas, que aumentam o poder de fogo dos extremistas.