Uma conferência na África do Sul que reuniria ganhadores do Prêmio Nobel para falar sobre a paz foi adiada devido à recusa do governo local em conceder um visto para o líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama, disseram os organizadores nesta terça-feira.

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Vários laureados do Nobel ameaçaram boicotar o evento por causa do veto ao Dalai Lama, que segundo a imprensa local foi barrado por uma pressão da China, grande fonte de investimentos e comércio para a África do Sul. O governo sul-africano diz que não recuará da decisão.

A conferência, que deveria ocorrer na sexta-feira, teria relação com a realização da Copa do Mundo de 2010 no país. O objetivo era usar o futebol como forma de combater a xenofobia e o racismo.

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"Decidimos adiar a conferência até segunda ordem", disse Irvin Khoza, presidente do Comitê Organizador da Copa. De acordo com ele, o evento só ocorrerá quando todos os convidados puderem participar.

O porta-voz governamental Thabo Masebe havia dito que a presença do Dalai Lama não atendia aos interesses sul-africanos no momento. "Mantemos nossa decisão. Nada vai mudar. O Dalai Lama não será convidado à África do Sul. Não lhe daremos um visto entre agora e a Copa do Mundo", afirmou.

A recusa motivou duras críticas de partidos da oposição, num país que se orgulha de ter virado modelo de democracia e direitos humanos desde o fim do apartheid, em 1994.

O Dalai Lama fugiu do Tibete em 1959, após uma frustrada rebelião contra o domínio chinês, e desde então vive exilado na Índia.

Há um ano, uma onda de protestos contra a presença chinesa provocou tumultos que mataram 19 pessoas e desencadearam uma forte repressão por parte do regime comunista. Grupos de exilados dizem que mais de 200 pessoas morreram nesses episódios subsequentes.

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O Dalai Lama havia sido convidado a participar da conferência pelos sul-africanos Desmond Tutu, FW de Klerk e Nelson Mandela, todos também laureados com o Nobel da Paz.