O presidente boliviano, Evo Morales, substituiu três ministros e trocou outros dois de pasta para conter a crise no país. Entre os afetados pela mudança está o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, substituído pelo dirigente da situação Saúl Avalos. Villegas voltou à pasta de Planejamento do Desenvolvimento, que havia ocupado até 2006. Susana Rivero estava à frente do Desenvolvimento Rural e passou ao Ministério de Produção e Microempresas, após a renúncia do antecessor. Também foi substituído o ministro da Saúde, Walter Selum, por Jorge Tapia. Carlos Romero ficou com o Desenvolvimento Rural.
Evo argumentou que as mudanças "obedecem a necessidade de assegurar a produção, sobretudo de alimentos". Ele reiterou seus pedidos à oposição para que dialoguem. "Jamais encerramos o diálogo, aqui queremos fazer uma novo pacto fiscal e econômico, não somente com os prefeitos (governadores), mas com todas as instituições."
Um economista, Avalos é um alto dirigente do Movimento Al Socialismo (MAS), partido de Evo. Em maio foi designado interventor na nacionalizada Companhia Logística de Hidrocarbonetos da Bolívia (CLHB), encarregada do armazenamento e transporte de combustíveis. Setores sociais e sindicatos pressionavam por mudanças no gabinete, para que avançassem as reformas pendentes no país: o projeto da nova Constituição e uma reforma agrária, ambas rechaçadas pela oposição.
Fronteira com o Brasil
Grupos de oposição a Evo tomaram, na segunda-feira (8), postos da fronteira com o Brasil nos departamentos (Estados) de Santa Cruz, Beni e Pando. A medida busca pressionar o presidente a restituir aos Estados os recursos dos impostos sobre gás e petróleo usados para financiar uma pensão nacional para idosos e a desistir de fazer um referendo sobre o projeto de Constituição, aprovado por parlamentares governistas em novembro.
Na região de Santa Cruz, integrantes da União Juvenil Crucenha (UJC) tomaram os escritórios da alfândega e da imigração de Puerto Suárez e San Matías. "Também estamos prevendo a tomada de aeroportos e não descartamos possibilidade de interromper o fornecimento de gás para o Brasil e a Argentina", disse ao jornal O Estado de São Paulo David Sejas, presidente da UJC.
Em Beni, grupos ligados ao Comitê Cívico da região prometiam bloquear por algumas horas as saídas para o Brasil por Guayaramerín. Em Pando, as pontes que fazem a ligação com o Acre foram fechadas, segundo a imprensa local. No Departamento de Tarija, também foram fechados postos da fronteira com a Argentina.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião