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Reformas socialistas

Morales conclama a defesa contra "golpe civil" na Bolívia

Morales descarta medidas extraordinárias contra os protestos da oposição e diz confiar na consciência do povo | Gaston Brito / Reuters
Morales descarta medidas extraordinárias contra os protestos da oposição e diz confiar na consciência do povo (Foto: Gaston Brito / Reuters)

O presidente da Bolívia, Evo Morales, conclamou nesta sexta-feira (5) a população a defender a democracia contra um "golpe de Estado civil" que estaria sendo realizado pela oposição de direita.

Em suas primeiras declarações após uma semana de viagem a Líbia e Irã, Morales descartou medidas extraordinárias contra os protestos da oposição e disse confiar "na consciência do povo" para seguir adiante com suas reformas socialistas.

"Como não lhes obedecem as Forças Armadas para um golpe militar, buscam um golpe civil contra o Estado", disse Morales sobre os grupos conservadores, especialmente de Santa Cruz (leste), que impedem a aprovação de uma nova Constituição e exigem autonomia para suas regiões.

"No fundo a direita tenta sobreviver com violência, isso é o que está acontecendo, e por isso [quero] alertar o povo boliviano para defender a democracia", disse ele, criticando a ocupação de prédios públicos e os apelos golpistas feitos pela oposição aos quartéis.

Morales, cujo mandato foi amplamente ratificado num recente referendo, disse que os protestos - como os bloqueios rodoviários mantidos há quase duas semanas na região do Chaco - são uma "aberta conspiração [contra] o Estado". "Se não estão de acordo com a nova Constituição, que o expressem nas urnas, e não com violência."

A nova Carta foi aprovada em dezembro por uma Assembléia Constituinte boicotada pela direita, e ainda precisa ser submetida a referendo.

Na semana passada, antes de viajar, o presidente sancionou decreto marcando a consulta para 7 de dezembro, mas a Corte Nacional Eleitoral exigiu que a data seja submetida ao Congresso.

De acordo com Morales, "o que está em debate profundo são dois modelos econômicos, entre os neoliberais, que com essa classe e violência querem retornar ao governo, e o povo que apóia este processo de mudança".

A nova Constituição, uma promessa de Morales ao ser eleito em 2006, dá mais poderes à maioria indígena e amplia a participação do Estado na economia.

Morales, primeiro indígena a governar a Bolívia, acaba de completar metade do seu mandato.

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