A Igreja Católica da Noruega e o Vaticano admitiram na quarta-feira que um bispo que renunciou no ano passado o fez depois da descoberta de que havia cometido abusos sexuais contra um coroinha duas décadas antes.

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Em nota, o Vaticano confirmou o teor de um texto divulgado pelo site da Igreja norueguesa a respeito da renúncia do bispo de Trondheim, Georg Mueller, em junho. O abuso ocorreu na época em que Mueller era padre na cidade.

O caso se soma a outros escândalos de pedofilia envolvendo clérigos católicos nos EUA, na Europa e em outras regiões. Mas raros foram os casos, como o de Mueller, em que um bispo renunciou por causa de abusos sexuais do passado. Isso ocorreu em 2002 com Juliusz Paetz, arcebispo de Poznan, na Polônia, e em 1995 com o cardeal Hans Hermann, de Viena. Ambos haviam sido acusados de abusos contra seminaristas.

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Em junho de 2009, o Vaticano anunciou que o papa Bento 16 havia aceitado a renúncia de Mueller, mas sem explicar os motivos. Como de hábito, na época a Santa Sé citou apenas a lei canônica 401/2, que declara que o bispo deve apresentar sua renúncia ao papa caso se torne "inadequado para o preenchimento do cargo".

A Igreja norueguesa e o Vaticano só admitiram os detalhes do caso depois de ele ser noticiado na quarta-feira pelo jornal norueguês Adresseavisen.

Mueller, nascido na Alemanha, foi bispo de Trondheim de 1997 a 2009.

O Vaticano disse que as autoridades eclesiásticas só souberam dos abusos em janeiro de 2009, que Mueller apresentou sua renúncia em maio, e que "o papa rapidamente a aceitou".

Mais tarde, o bispo passou por terapia e não está mais envolvido em atividades pastorais, segundo o Vaticano.

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A vítima já tem mais de 30 anos e prefere permanecer no anonimato. Pela lei norueguesa, esse crime de abuso sexual já prescreveu.

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