A disputa acirrada conta com o ex-chanceler Taro Aso (esq.), ex-ministro da defesa Yuriko Koike, ministro do transporte Nobuteru Ishihara e o ministro da economia Kaoru Yosano| Foto: Kyodo / Reuters

O ex-chanceler Taro Aso apareceu nesta sexta-feira (5) como favorito diante de seis rivais para se tornar o próximo primeiro-ministro do Japão. O governista Partido Liberal Democrático (PLD) torce por uma disputa aguerrida para recuperar sua densidade eleitoral.

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Aso, 67 anos, é partidário de um aumento dos gastos públicos para estimular a economia, à beira de recessão. Ele anunciou na sexta-feira sua candidatura à sucessão de Yasuo Fukuda, que renunciou repentinamente na segunda-feira.

"Minha missão será enorme. Farei um apelo pela recuperação da economia e por atenuar a ansiedade das pessoas", disse Aso, vice-líder do partido, em entrevista coletiva.

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Diante da perspectiva de uma eleição antecipada, analistas dizem que uma disputa interna entre muitos candidatos ajudará o PLD a convencer o público de que há um real debate político e que é preciso esquecer Fukuda.

"Eles não estão a sério. Estão só atuando como num show, cujo propósito é enganar o eleitorado a pensar que esta é uma quase eleição geral", disse Koichi Nakano, professor de Ciência Política da Universidade Sophia, de Tóquio.

"Se Aso emergir como vencedor de uma disputa animada, as pessoas podem achar que devem lhe dar uma chance caso ele convoque uma eleição."

A eleição interna do PLD está marcada para o dia 22, e o vencedor terá praticamente certeza de se tornar premiê, devido à maioria que o partido tem na Câmara.

Há crescentes especulações de que o novo governante convocará eleições antecipadas para se aproveitar da sua previsível popularidade de recém-chegado. A eleição para a Câmara está prevista só para 2009.

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Fukuda passou menos de um ano no cargo e viu sua popularidade cair abaixo de 30 por cento, devido a dificuldades de lidar com a oposição, que domina o Senado e pode obstruir projetos.

O ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba, de 51 anos, também anunciou sua candidatura numa entrevista coletiva na sexta-feira, garantindo ter os apoios necessários. Ele é reconhecido como especialista em política externa, mas pouco se sabe sobre suas idéias econômicas.

Kaoru Yosano, ministro da Economia e defensor de um aumento do imposto sobre consumo, que é de 5 por cento, deve também concorrer.

Yuriko Koike, que também já ocupou o Ministério da Defesa, admitiu que talvez não consiga o apoio de 20 parlamentares do partido, condição básica para entrar na disputa e tentar se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de premiê do Japão.

"As condições foram estabelecidas ontem (quinta-feira), o céu estava claro, mas sinto que está ficando um pouco nublado."

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