Recusado por seus ex-futuros vizinhos, Dominique Strauss-Kahn deixou ontem sob fiança milionária a prisão em Nova York. O ex-diretor-gerente do FMI inicialmente ia para um apartamento alugado por sua mulher por US$ 14 mil mensais. O prédio decidiu recusá-los, pressionado por vizinhos incomodados com o assédio da imprensa e com a presença de seguranças.

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Agora, Strauss-Kahn vai para uma residência temporária (provavelmente na região de Lower Manhattan) até que consiga fe­­char um contrato para um lugar permanente.

Acusado de atacar sexualmente uma camareira de hotel em Nova York na semana passada, o francês pagou US$ 1 milhão de fian­­ça e depositou em juízo mais US$ 5 milhões.

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Ele terá de ficar praticamente todo o tempo em casa, usando uma tornozeleira que monitora seus movimentos e vigiado por vídeo e um segurança armado – o que lhe custará US$ 200 mil ao mês.

Strauss-Kahn agora só poderá sair de casa para ir ao tribunal, visitar seus advogado ou por motivos médicos, além de ter direito a uma vez por semana ir a algum lugar de oração.

A sua próxima aparição no tribunal está marcada para o dia 6 de junho, quando vai responder formalmente às acusações – ele ne­­ga ter praticado crime.

Para que o juiz aceitasse o seu pedido de fiança, ele teve ainda que renunciar ao direito de não ser extraditado.

Pensão "modesta"

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A autorização foi criticada ontem pelos procuradores do caso, que alegam que os valores da fiança não garantem que Strauss-Kahn não vá deixar os EUA.

O ex-dirigente do FMI conta com um patrimônio razoável, mas sua mulher, a jornalista An­­ne Sinclair, tem mais dinheiro (é neta e única herdeira do marchand Paul Rosenberg, que trabalhou com artistas como Picasso).

Strauss-Kahn, que anunciou quarta-feira sua renúncia ao co­­mando do Fundo, vai receber pa­­gamento inicial de US$ 250 mil como indenização pelo rompimento.

Depois disso, vai receber "mo­­desta pensão anual’’, segundo o FMI, que disse que não revela salários dos funcionários, mas afirmou que será um valor inferior ao da indenização inicial.

De acordo com o mais recente relatório financeiro da instituição, Strauss-Kahn recebeu salário de US$ 442 mil no ano passado, além de ajuda de custo de US$ 79 mil.

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O hotel em que o francês estava em Nova York antes de ser preso tem uma diária de cerca de US$ 3 mil. O Fundo disse que o agora ex-dirigente pagou o valor, já que ele estava na cidade para assuntos privados.