Edward Snowden, ex-funcionário terceirizado da Agência Nacional de Segurança que revelou para o mundo a existência de programas secretos de vigilância mantidos pela administração do presidente Barack Obama deixou Hong Kong neste domingo (23), voou para Moscou e seguirá amanhã para Caracas, capital da Venezuela, disse a imprensa russa, citando fontes da companhia aérea Aeroflot. Mais cedo, as autoridades do governo de Hong Kong informaram que Snowden havia saído de Hong Kong "sob sua responsabilidade" para outro país.

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"Um passageiro de tal nome chegará a Moscou, vindo de Hong Kong hoje no voo SU213, e amanhã, 24 de junho, voará para Havana no voo SU150", disse a agência estatal de notícias Itar-Tass. "Também amanhã, ele seguirá de Havana para Caracas em um voo local", acrescentou a agência citando uma fonte da companhia aérea.

O jornal chinês, South China Morging Post, o principal jornal de língua inglesa de Hong Kong, disse que Snowden iria desembarcar no aeroporto internacional de Shermetyevo, em Moscou, a partir de onde poderia seguir para outro destino, citando o Equador e a Islândia.

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Ontem, o Conselho Nacional de Segurança disse em comunicado que o governo dos EUA contatou autoridades de Hong Kong para pedir a extradição de Snowden, mas evitou um pedido formal, que pode levar a anos de briga na Justiça.

Na sexta-feira o governo dos EUA abriu um processo contra Snowden, acusando-o de comunicação não autorizada de informações sobre a defesa nacional, comunicação intencional de relatórios secretos de inteligência e roubo de propriedades do governo. Cada um desses crimes tem uma sentença máxima de 10 anos de prisão.

O governo de Hong Kong vinha evitando comentários públicos sobre o caso envolvendo Snowden. Hoje, entretanto, além de informar sua saída, o governo de Hong Kong disse que os documentos que acompanham o pedido do governo dos EUA de detenção provisória "não cumprem com todas as exigências legais de Hong Kong". Sendo assim, sem receber as informações suficientes, o governo de Hong Kong disse não ter base legal para evitar que Snowden saísse da cidade. O governo acrescentou que ele deixou a cidade "de forma legal".

Enquanto em Hong Kong, Snowden causou furor ao vazar documentos para o South China Morning Post sugerindo que o governo dos EUA vigiou vários alvos de interesse na cidade e na China. Durante o final de semana, o jornal publicou detalhes sobre tal atividade, dizendo que as maiores provedoras de serviços de telefonia móvel da China e uma de suas principais universidade, Tsinghua, haviam sido "grampeadas".

Wikileaks

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O WikiLeaks, organização transnacional que publica informações confidenciais, disse neste domingo que ajudou Edward Snowden a buscar asilo político em um "país democrático", após ele ter saído de Hong Kong. "WikiLeaks deu assistência ao asilo político de Snowden em um país democrático, tratou de seus papéis de viagem e de que saísse com segurança de Hong Kong", disse o grupo no Twitter.