O corpo do ex-presidente e líder peronista Néstor Kirchner, cuja morte deixou um vácuo de poder na Argentina, foi sepultado nesta sexta-feira (29) em Río Gallegos, sua cidade natal, após o último adeus de uma multidão que fez filas de 2 quilômetros durante 26 horas de velório em Buenos Aires.

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O avião com o corpo de Kirchner chegou às 17h36 locais (18h36 em Brasília) a Río Gallegos, no sul argentino, onde foi enterrado no cemitério municipal. Uma caravana acompanhou o transporte do caixão.

No mesmo voo viajaram a presidente Cristina Kirchner, membros da família e altos funcionários do governo. O grupo foi recebido no aeroporto de Río Gallegos pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

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O velório do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, morto na quarta-feira de ataque cardíaco, terminou às 9h42 locais (10h42 no horário brasileiro de verão) na Casa Rosada, sede do governo argentino.

Emocionados, os argentinos lotaram os arredores da Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, durante toda a quinta, atravessaram a madrugada desta sexta no local e chegaram a ficar dez horas na fila para ver o corpo do peronista.

A entrada de visitantes inicialmente foi fechada às 9h20 locais, mas, depois de pressão de populares, os portões foram periodicamente reabertos por duas horas para a entrada de mais alguns que ficaram de fora.

Mesmo assim, um grupo de pessoas se aglomerou em frente ao portão e começou a gritar e a xingar os policiais que vigiam o local. Um policial usou um megafone para tentar dispersar os admiradores de Kirchner, mas sem sucesso.

Inicialmente, o velório deveria ficar aberto ao público até as 9h. No entanto as homenagens a Kirchner na Casa Rosada, sede do governo argentino, continuavam até as 11h50. Um pequeno grupo ainda esperava do lado de fora entrar no salão onde o velório está sendo realizado.

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O corpo saiu da Casa Rosada às 13h25 locais, em meio a uma carreata, e partiu de avião do aeroporto Aeroparque para a cidade de Río Gallegos, na província sulista de Santa Cruz, onde Kirchner nasceu e começou sua carreira política, para ser enterrado.

Os quarteirões próximos à Casa Rosada ficaram lotados de gente durante o velório, e os argentinos, emocionados, gritaram e cantaram com a animação de quem estivesse em um jogo de futebol. Os vendedores ambulantes aproveitaram a reunião de gente nas ruas para faturar.

Cerca de 60 pessoas passaram mal na aglomeração, segundo Guillermo Aielo, que chefiava os atendimentos de emergência. A maioria dos casos foram de queda de pressão, desmaios e dores e ocorreram por volta do meio dia, quando a temperatura superou os 30 graus centígrados.Mapa localiza El Calafate, onde Néstor Kirchner morreu, e Río Gallegos, onde ele deve ser enterrado.

Cristina apareceu no velório no início da tarde de quinta, acompanhada dos filhos Máximo, de 32 anos, e Florencia, de 19. Foi sua primeira aparição pública após a morte do marido e parceiro político. Ela ficou ao lado do corpo durante 12 horas e se recolheu, voltando apenas pela manhã.

Ainda na quinta, o velório foi prestigiado pelos principais presidentes latino-americanos: Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), José Mujica (Uruguai), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Sebastián Piñera (Chile) e Rafael Correa (Equador).

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Lula disse que Kirchner, mais que um presidente, "era um companheiro".

O brasileiro ressaltou o papel do argentino no processo de reaproximação diplomática entre Brasil e Argentina, brincando que a rivalidade entre os dois vizinhos ficou restrita ao futebol.

O craque Diego Maradona também foi ao enterro e, emocionado, deu seu apoio à presidente.