O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates, preso por suposto envolvimento em um caso de corrupção, recebeu neste domingo a visita do ex-secretário de Estado e atual deputado do principal grupo de oposição, Paulo Campos, membro do Partido Socialista (PS).

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Segundo Campos, "muitas" pessoas acreditam na inocência de Sócrates, que foi chefe do governo de Portugal entre os anos 2005 e 2011.

"Centenas de pessoas entraram em contato conosco ultimamente para que transmitíssemos a Sócrates que muitos o apoiam e estão com ele, que acreditam nele, como eu", disse ao sair do centro penitenciário onde está preso o antigo líder do PS.

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Campos chegou à prisão de Évora acompanhado por Filipe Baptista, antigo secretário de Estado adjunto do governo de Sócrates, e de Guilherme Dray, chefe de gabinete de vários ministérios com os socialistas no Executivo.

Sócrates está na prisão desde 25 de novembro e já foi visitado por diversos integrantes de seu partido político. A visita mais simbólica foi do ex-presidente Mário Soares, de 90 anos.

"Fizeram uma campanha contra ele que é um infâmia", declarou publicamente Soares, que considerou injusto que o ex-primeiro-ministro esteja em prisão preventiva sem ter sido julgado.

No sábado, os ex-ministros socialistas José Vieira da Silva - atualmente deputado - e Jorge Coelho também visitaram Sócrates, como já fizeram anteriormente o ex-primeiro-ministro português António Guterres - hoje presidente do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados - e o ex-ministro da Agricultura Luís Manuel Capoulas Santos.

Tudo isso ocorre sob o olhar atento da diretoria dos socialistas portugueses, liderada agora pelo novo secretário-geral e prefeito de Lisboa, António Costa, que pediu a todos os militantes que aguardem a Justiça, sem confundir "os sentimentos de solidariedade e amizade pessoais com a ação política".

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Costa pediu para "separar o PS" do momento que vive o ex-dirigente socialista e insistiu que "a Justiça tem que ser independente".

Apesar da detenção e do encarceramento de Sócrates, o PS continua a liderar as pesquisas a nove meses das eleições legislativas, nas quais pretende desbancar a maioria conservadora no governo desde 2011.

Oficialmente, o juiz que responsável pelo caso acusa o ex-primeiro-ministro de participar de "operações bancárias, movimentações e transferências de dinheiro sem justificativa".

A imprensa local aponta que o antigo dirigente socialista conta com uma fortuna superior a 20 milhões de euros, dinheiro que guardava supostamente em contas bancárias em nome de um 'laranja'. Sócrates, de 57 anos, defendeu sua inocência classificando as acusações como "absurdas, injustas e sem fundamentos".

O Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa recebeu na sexta-feira, das mãos do advogado João Araújo, um recurso contra a prisão preventiva decretada para o ex-líder socialista.

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