Um político que passou mais de seis anos sequestrado pela guerrilha Farc propôs nesta quarta-feira (8) que a Colômbia reative a mediação internacional para a libertação de 29 reféns ainda em poder do grupo, e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ser incluído entre os mediadores.

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"O primeiro passo que tem de dar o presidente Álvaro Uribe é retomar a mediação internacional, a fim de criar confiança entre as partes, porque, suspensa essa mediação, sem dúvida não se gerou o clima de confiança para que se possa avançar num diálogo que permita a libertação", disse o ex-governador e ex-senador Luis Eladio Pérez, que foi colega de cativeiro da ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.

"O Brasil, por exemplo, é um cenário novo que não foi explorado, a presença do presidente Lula não foi explorada, me parece que ele pode ser um personagem muito importante neste novo processo", afirmou o político antes de um encontro com Uribe.

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O governo ainda não se manifestou quanto à proposta.

Pérez e três outros reféns foram entregues em fevereiro pelas Farc a uma missão humanitária organizada pelo governo esquerdista da Venezuela. Meses depois, uma operação militar colombiana conseguiu libertar 15 outros reféns, inclusive Betancourt, e em seguida o governo suspendeu a mediação da França, da Suíça e da Espanha, anunciando que iria buscar contatos diretos com a guerrilha.

Alguns parentes de vítimas afirmam que, depois do resgate dos reféns mais famosos, diminuiu o interesse do governo e da comunidade internacional pelo acordo humanitário, que levaria à troca dos reféns restantes - alguns mantidos na selva há mais de dez anos - por centenas de guerrilheiros presos.

Para que as negociações ao menos comecem, as Farc exigem a desmilitarização de uma zona montanhosa de 780 quilômetros quadrados no sudoeste do país. O governo diz que isso seria apenas um pretexto para que a guerrilha tentasse se reorganizar, depois dos sucessivos golpes sofridos nos últimos meses.

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