O Exército da Ucrânia anunciou nesta quinta-feira (26) que começou a retirada do armamento pesado da linha de frente contra os separatistas pró-Rússia no leste do país, um dos passos do acordo de cessar-fogo assinado com rebeldes no dia 12. A saída do front acontece após dois dias sem mortes nos confrontos com os rebeldes das regiões de Donetsk e Lugansk, que haviam começado a recuar com o armamento pesado na terça (24).
Em comunicado, os militares afirmaram que as primeiras armas a serem retiradas foram os tanques e canhões que disparam projéteis de calibre 100 milímetros. A etapa foi observada pela Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (Osce). Segundo testemunhas, nenhum disparo foi efetuado por nenhum dos dois lados nas cidades de Donetsk e Debaltseve, na mão dos rebeldes, e na região de Mariupol, dominada pelo governo, onde eram mais fortes os combates dos últimos dias.
No dia em que os separatistas anunciaram a retirada das tropas, o Exército ucraniano os acusou de querer enviar o armamento para tentar tomar o controle de Mariupol. Nesta quinta, os rebeldes voltaram a exigir o desarmamento das autoridades de Kiev.
Diante da possibilidade de que haja o avanço sobre Mariupol, os Estados Unidos e a União Europeia disseram que pretendem aumentar as sanções contra a Rússia, acusada de enviar tropas ao leste ucraniano, caso a invasão aconteça.
Moscou, que nega auxiliar os separatistas na Ucrânia, disse nesta quinta-feira que as ameaças de mais sanções são uma desculpa para os esforços ocidentais de minar a trégua. “É uma tentativa de distrair a atenção da necessidade de cumprir as condições dos contratos de Minsk”, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. “Todo o mundo entende perfeitamente que não existe um cessar-fogo ideal”.
Enquanto isso, segue a tensão entre a Rússia e as autoridades de Kiev. O Kremlin disse nesta quinta que poderá suspender o fornecimento de gás caso a Ucrânia não pague adiantado a cota de gás do mês de março.