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Ásia

Expansão marítima chinesa preocupa Japão

As forças navais chinesas devem ampliar suas atividades nos mares em torno do Japão, disse um relatório anual de defesa do governo japonês, em mais um sinal da preocupação regional que cerca a expansão militar da China.

Uma semana depois de Pequim anunciar que está reformando um velho porta-aviões soviético, e de fontes informarem à Reuters que os chineses estão construindo outras duas embarcações desse tipo, o relatório japonês acusa a China de lidar de forma coercitiva com os conflitos regionais.

O dossiê japonês também recomenda cautela com ataques cibernéticos, e diz que o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte constitui uma séria ameaça à segurança nacional.

"Diante da modernização das forças navais e aéreas da China nos últimos anos, sua esfera de influência deve crescer além das suas águas vizinhas", disse o relatório. "Espera-se que a China amplie a área de atividades, e faça das suas atividades navais uma prática rotineira nas águas que cercam o Japão, incluindo o mar do Leste da China e o oceano Pacífico, bem como no mar do Sul da China."

A China tem sido particularmente presente no mar do Sul da China, onde disputas territoriais com Taiwan e com várias nações do Sudeste Asiático proliferam há anos.

O Japão, que também tem disputas territoriais com Pequim em ilhas do mar do Leste da China, planeja ampliar de 16 para 22 a sua frota de submarinos, o que especialista dizem ser principalmente uma resposta aos novos porta-aviões chineses.

Embora tenha equipamentos avançados, como caças F-15 e o sistema antimísseis Aegis, as Forças de Autodefesa, nome oficial das forças japonesas, não têm experiência de combate. O contingente japonês é de 230 mil soldados, um décimo da força chinesa.

Enquanto o orçamento militar chinês cresceu 70% nos últimos cinco anos, o do Japão - afetado por uma dívida pública equivalente a cerca de 200% do seu PIB de 5 trilhões de dólares - caiu 3% no mesmo período, segundo o relatório.

O documento também manifesta preocupação com a falta de transparência nas atividades militares chinesas, e com sua assertividade diante dos conflitos internacionais.

"Ao lidar com problemas que envolvem um conflito de interesses com países vizinhos, inclusive o Japão, a China tem reagido de uma forma vista como coercitiva, agravando as preocupações com a futura direção", afirmou o texto.

A China diz repetidamente que sua modernização militar tem propósitos defensivos, e que seu gasto militar é bem inferior ao dos Estados Unidos.

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