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Ataque com um caminhão-bomba ocorreu próximo do Ministério das Finanças do Iraque, em Bagdá | Saad Shalash / Reuters
Ataque com um caminhão-bomba ocorreu próximo do Ministério das Finanças do Iraque, em Bagdá| Foto: Saad Shalash / Reuters

Uma série de explosões matou 95 pessoas e feriu 536 nesta quarta-feira (19) no centro de Bagdá. É o dia mais sangrento na capital neste ano, e renova a preocupação sobre a capacidade das forças iraquianas de manter a segurança após a saída das forças norte-americanas dos centros urbanos do país.

O porta-voz das forças de segurança de Bagdá fez uma rara admissão de culpa após os ataques, nos quais seis explosões foram realizadas perto de prédios ministeriais e outros alvos estratégicos do governo xiita do Iraque.

"A operação mostra negligência, e é considerada uma falha de segurança cuja culpa recai principalmente sobre as forças iraquianas", disse o general Qassim al-Moussawi à TV estatal Iraqiya.

Neste mês, o governo disse que em 40 dias retiraria muros erguidos como proteção contra explosões em um sinal de confiança nas forças iraquianas, que assumiram os centros urbanos do país após a retirada dos soldados norte-americanos em junho. O país tem eleições marcadas para janeiro.

Ataques coordenados em grande escala, perto de prédios públicos vigiados, são relativamente raros em Bagdá.

Em uma das explosões, um enorme caminhão-bomba perto de um ponto de vistoria na vigiadíssima área de prédios públicos conhecida como Zona Verde estilhaçou os vidros da chancelaria, matando dezenas de pessoas.

Uma funcionária do ministério que se identificou como Asia disse ter visto "trabalhadores do ministério, jornalistas e seguranças entre os mortos." Vários carros viraram sucata nos arredores, e os bombeiros tentam controlar as chamas. A polícia disse que o ataque envolveu um caminhão-bomba.

No bairro de Waziriya, perto do centro financeiro da capital, outro caminhão-bomba matou pelo menos 28 pessoas eprovocou danos generalizados. Parte de um viaduto desabou, segundo uma testemunha da Reuters.

Outra explosão aconteceu perto da sucursal da Reuters, no bairro de Karrada, no centro. O deslocamento do ar chegou a abrir portas e janelas do escritório. Colunas de fumaça podiam ser vistas subindo de vários pontos da cidade.

A polícia disse também que o governo provincial foi atingido por morteiros, e que no bairro de Bayaa, na zona sul, uma explosão matou duas pessoas e feriu cinco.

Foram registrados morteiros também no centro de Bagdá, no bairro de Salhiya, onde há quartéis militares e a sede da TV nacional.

Guardas da ONU disseram que pelo menos um morteiro caiu perto da sede da entidade na Zona Verde, assustando os funcionários que marcavam o sexto aniversário do atentado na antiga sede da ONU, que matou 22 pessoas, inclusive o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, chefe da missão.

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