Bush, um verdadeiro "falcão", não estava preparado para uma guerra quando assumiu o poder, sem ao menos saber que o país não possuia armas de destruição em massa| Foto: Kevin Lamarque / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o fato mais lamentável de seu governo foi a informação equivocada de que havia armas de destruição em massa no Iraque, que ele não estava preparado para uma guerra quando assumiu o poder.

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Bush fez a afirmação ao ABC "World News", em uma entrevista que será transmitida nesta segunda-feira (1). Ele deixa a Casa Branca no dia 20 de janeiro com índices de desaprovação próximos de um recorde, em parte pela impopular guerra no Iraque, que derrubou o líder Saddam Hussein depois de uma invasão liderada pelos EUA em março de 2003. Mais de 4.200 soldados morreram no Iraque.

"O fato mais lamentável de toda a presidência tem que ser a falha de inteligência no Iraque. Muitas pessoas colocaram suas reputações à prova e disseram que armas de destruição em massa eram um motivo para retirar Saddam Hussein", disse Bush.

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No entanto, Bush recusou-se a especular se entraria em guerra caso a inteligência tivesse dito que o Iraque não possuía armas de destruição em massa.

"Essa é uma questão interessante. É uma reconstituição que não posso fazer", disse Bush, de acordo com trechos de uma entrevista recente com a ABC em Camp David.

Enquanto ele se prepara para entregar as guerras do Iraque e do Afeganistão para o seu sucessor Barack Obama, Bush disse que o assunto para o qual ele estava menos preparado quando assumiu a presidência era a guerra.

"Acho que não estava preparado para a guerra. Em outras palavras, não fiz uma campanha dizendo 'Por favor vote em mim, eu poderei lidar com um ataque'", disse Bush. "Eu não antecipei a guerra."

Retirar as forças norte-americanas do Iraque antes do tempo apropriado teria comprometido seus princípios, disse Bush.

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"Foi um momento difícil, particularmente, já que muitos me aconselhavam a sair do Iraque, ou me retirar do Iraque", disse.

Há 146 mil militares dos EUA no Iraque e 32 mil no Afeganistão.

Em seus últimos meses na Casa Branca, Bush disse que foi requisitado para tomar uma ação corajosa diante da crise financeira para evitar uma nova grande depressão.

Ele foi questionado se temia as ações governamentais para resolver a crise, que já chegam a cerca de 7,5 trilhões de dólares, o equivalente a metade da economia norte-americana.

"O que me daria medo seria não fazer nada, o que causaria um derretimento financeiro gigantesco e um cenário concebível de que estaríamos em uma depressão mais profunda do que a Grande Depressão", disse Bush.

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"Deixarei a presidência de cabeça erguida", disse Bush à ABC.