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A escassez de combustível está provocando longas filas na devastada capital do Haiti, com muitas pessoas desesperadas para encher o tanque do carro e poder fugir da cidade ou levar parentes para hospitais.

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O terremoto de magnitude 7 de terça-feira passada devastou Porto Príncipe, inclusive as instalações de empresas de importação e distribuição de gasolina. Muitos motoristas dizem que há dias tentam encher tanques e galões em postos que elevaram os preços e racionaram a venda do produto.

Nas ruas de Porto Príncipe, multidões andam a pé porque suas motos e carros não têm mais combustível.

"Tenho vários feridos na minha casa e preciso de combustível para levá-los ao hospital ou pelo menos comprar comida, água e ataduras. Esta é a quarta vez que tento comprar gasolina", disse Serge Basler, de 50 anos, na fila de um posto da rede Total na segunda-feira. "Tenho de continuar tentando, não tenho escolha".

A falta de combustível também dificulta a distribuição humanitária de alimentos, água e suprimentos médicos por terra, o que leva os militares dos Estados Unidos a recorrerem ao lançamento dos produtos de helicópteros.

"O combustível se tornou uma questão crítica em termos de conseguir levar veículos com água e alimentos para as pessoas", disse em Genebra Emilia Casella, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU.

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Muitos moradores dizem que, se tivessem gasolina, fugiriam da cidade, onde além da escassez de alimentos também há violência por causa de saques em vários bairros.

Os portos que recebem gasolina estão funcionando normalmente, segundo a Marinha dos EUA, mas muitos postos de gasolina da capital estão fechados porque seus depósitos secaram ou por problemas logísticos e de pessoal.

Policiais armados vigiam os postos que funcionam, e os frentistas tentam controlar a multidão, dando prioridade a ambulâncias, caminhões de resgate, agências humanitárias e imprensa.

"O problema não é de falta de gasolina, é que as empresas de combustível foram atingidas pelo terremoto, seus escritórios foram embora, sua logística de abastecimento foi embora", disse Paul Renand, de 45 anos, gerente de um posto.

"Temos racionado e priorizado, mas vamos secar amanhã. Liguei diretamente para um motorista (de caminhão-tanque) e estou esperando a chegada de 8.000 galões (30 mil litros) a qualquer momento a partir de amanhã".

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