A editora Luciana Constantino, do jornal O Estado de S. Paulo, informou na tarde desta quinta-feira (10) que o repórter Andrei Netto foi preso na Líbia por quatro homens e obrigado a usar um capuz. Ele foi libertado nesta quinta, após oito dias sem manter contato com o Brasil. O jornalista está em Trípoli, a capital do país árabe.
Segundo Luciana, que edita o suplemento Vida &, as informações são passadas pela mulher do repórter, que mora em Paris. Netto contou que teria ficado no que ele acredita ser uma base militar e as primeiras informações são de que ele sofreu algum tipo de violência no momento da prisão. O diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, disse que Netto está abrigado na casa do embaixador brasileiro em Trípoli, George Ney Fernandes. Netto foi capturado por tropas leais ao ditador Kadhafi. Ele está bem de saúde e deve deixar a Líbia na sexta, de acordo com o diretor do Grupo Estado.
Gandour contou que Netto está na Líbia desde o dia 19 de fevereiro e foi preso no dia 2 de março. O primeiro contato com ele foi somente nesta quinta. A soltura do brasileiro foi confirmada também pelo Ministério das Relações Exteriores.
Segundo as informações preliminares passadas pelo Estadão em uma coletiva em São Paulo, o jornalista "foi preso quando tentava legalizar sua situação de entrada no país", como contou Luciana. Netto, um dos enviados especiais para a cobertura dos conflitos no país árabe, entrou pela fronteira da Líbia com a Tunísia.
Gandour disse que o repórter não mantinha contato com o Brasil todos os dias, mas "sempre voltava (com informações), nos tranquilizando".
Ajuda parlamentar
Mais cedo, os senadores Eduardo Suplicy (PT) e Paulo Paim (PT-RS), integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado, informaram que o repórter poderia ser libertado ainda nesta quinta. Os parlamentares ligaram para o embaixador líbio no Brasil, Salem Ezubedi, pela manhã para buscar informações sobre o jornalista.
Segundo Suplicy, o embaixador líbio relatou que Andrei estava na cidade de Sabratha. Ele ficou preso a Oeste da capital Trípoli.
O Estadão havia perdido todo contato direto com Netto havia uma semana. Até domingo, o jornal relatou que recebia informações indiretas de que o repórter estava bem, escondido na região de Zawiya - cenário de violentos confrontos entre Kadhafi e os insurgentes, a 30 quilômetros de Trípoli. A comunicação direta com a redação - por meio de telefonemas e e-mails - havia sido propositadamente cortada por segurança, afirmavam fontes líbias ao jornal.
Segundo Paim, a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou duas moções sobre o caso. "A primeira moção é de solidariedade ao jornal e também com a família do jornalista e a outra exigindo das autoridades líbias a imediata libertação do repórter", disse ele.
O governo brasileiro, a Embaixada da Líbia no Brasil, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a ONU e vários veículos de comunicação do Brasil e do mundo estão colaborando no sentido de garantir a integridade física e segurança do repórter, diz o jornal.
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