Atordoados e incrédulos, familiares de passageiros que estavam no avião da Malásia que caiu na Ucrânia se reuniram no aeroporto em Kuala Lumpur no início da sexta-feira, no horário local, exigindo informações sobre o que aconteceu e obtendo poucas respostas.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo deveria ter pousado em Kuala Lumpur às 6h10 da manhã de sexta-feira (19h10 da quinta-feira no horário de Brasília), proveniente de Amsterdã. O avião caiu perto da fronteira entre Ucrânia e Rússia e todos a bordo morreram.
"Vi a notícia na TV", disse Akma Mohammad Noor, cuja irmã, Rahimah, estava no voo. "Ela deveria ter viajado com o filho, mas ele não quis ir."
Como muitos muçulmanos malaios, Rahimah voltava à sua terra natal para o festival de Eid al-Fitr, maior comemoração anual do islamismo que marca o fim do mês de jejum do Ramadã, em 28 de julho.
A Ucrânia acusou "terroristas" militantes que lutam para unir o leste ucraniano à Rússia de abaterem o avião, mas os rebeldes negaram qualquer responsabilidade.
A queda do voo MH-17 é o segundo desastre da Malaysia Airlines este ano após o desaparecimento misterioso do voo MH-370 em março, com 239 passageiros e tripulantes, que viajava de Kuala Lumpur para Pequim.
Outros parentes em Kuala Lumpur ficaram revoltados com a falta de informações da companhia aérea sobre quem estava no voo. Um deles criticou asperamente as autoridades.
"O MAS é idiota?", gritou, referindo-se ao Sistema da Malaysia Airlines (MAS, na sigla em inglês), o nome oficial da empresa. "Só queremos saber a lista de passageiros."
Ele disse que sua irmã, seu cunhado e um bebê de 2 anos podem ter estado a bordo.
"O Facebook é mais eficiente que a rede de notícias do MAS", disse outro homem que esperava por notícias com uma parente. "É uma piada. Precisamos saber da lista. A lista. É só isso."
Mais cedo, a Malaysia Airlines declarou que os controladores de tráfego perderam contato com o voo às 11h15 (horário de Brasília), enquanto este sobrevoava o leste da Ucrânia rumo à divisa com a Rússia. Dados de acompanhamento do voo indicaram que a aeronave estava a 33 mil pés quando desapareceu do radar.
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